3º Território da Universidade das Quebradas – Rap e Poesia

Dj Marcelinho – O que é ser DJ? É apenas tocar música e fazer barulho?

Foi esse questionamento que serviu de motivação para o Dj Macelinho iniciar sua fala acerca de sua grande paixão: o Rap.

Com vinte anos de experiência nesta atividade ele associa poesia e ritmo com muita responsabilidade. Marcelinho destacou que o Rap é uma opção para resgatar os jovens do mundo das drogas por se tratar de uma poesia que transmite sentimento puro. A poesia engajada tem o compromisso de elevar as pessoas com mensagens positivas.

Marcelinho se definia antes como o garoto do subúrbio que põe as pessoas para dançar e hoje ele se define como o garoto do subúrbio que leva poesia aos jovens. Ele observou que se o público se diverte com a música, nem percebe a existência do Dj. Quando surge algum imprevisto, como a falta de energia, o público se revolta e atribui a responsabilidade ao Dj. É o que se pode definir como “profissional invisível”.

Para o artista, a música tocada na hora certa pode proporcionar muitas transformações nas pessoas e o que se leva em conta é a presença da poesia. Foi possível perceber que Marcelinho é alguém que com muito profissionalismo emociona e sobretudo faz uso da sua arte como instrumento de resgate e inclusão social.

Marcelinho concluiu sua participação no território deixando um convite para a apreciação da obra BRASIL com P.

 

Feija’N – A poesia dos últimos tempos trafegando na cultura urbana

Feija’N apresentou o tema SLAM POETRY. Uma arte que surgiu em 1985 com o poeta Marc Smith, que buscava a forma de recital de microfone aberto com ênfase nas interpretações e participação do público. Os recitais de Smith teriam origem no punk. Inspirado na atuação de alguns poetas em Chicago e demais cidades dos Estados Unidos que funcionavam fora do circuito acadêmico. O termo SLAM tem origem na palavra CHELEM, que significa torneio. Slam poetry é um torneio de poesia.

O quebradeiro destacou as regras básicas do SLAM: Qualquer tema é permitido com liberdade de criação e estilo; usar seus próprios textos, somente em alguns eventos é permitido o uso de textos alheios; não é permitido o uso de qualquer tipo de acessório.

O texto TEM GENTE COM FOME de Solano Trindade foi instrumento para uma performance de Feija’N e Leandro Firmino que encerrou a apresentação.

 

Petter MC – Entre Rio e São Paulo, impressões da cena RAP

O quebradeiro começou sua apresentação dizendo: “Eu não faço rap para a periferia. Eu faço rap para o mundo inteiro, para quem quiser ouvir”. Ele contou a experiência que teve durante sua turnê em São Paulo. Nos fez pensar sobre o quintal do outro. Será que ele é melhor que o nosso?

Iniciando sua narrativa Petter fez a seguinte pergunta: “Se somos escutados no mundo inteiro, por que é tão difícil ser escutado em nossa cidade?” Esse questionamento surgiu ao descobrir que sua música é tocada em São Paulo, quando foi convidado para realizar shows e gravar num estúdio na periferia desta grande cidade. Aqui no Rio de Janeiro ele não tem a mesma popularidade.

Em São Paulo ele conheceu outras Quebradas, na periferia experimentou a troca de ideias. Percebeu as diferenças geográficas existentes entre as favelas daqui e as de lá. Descrevendo o Jardim Angela ele contou que lá a favela fica embaixo e o asfalto em cima. Falou também sobre o projeto Fabrica de Cultura, centro culturais equipados construídos em regiões bem distantes da periferia.

Dentre o que vivenciou pode perceber que a imagem que tinha inicialmente sobre o rap paulista, estava desfocada. Os jovens paulistas estão cansados da música que fala de violência. A música do Petter fala de romance, de personagens e do cotidiano.

Petter Mc concluiu afirmando que devemos parar de achar que o quintal do outro é melhor. Indicou que toda essa experiência está registrada no blog: Diário de um MC.

 

Marilene Gonçalves – Consciência do cabelo Humano

Marilene trabalha com penteado afro há 16 anos. Se declara auto didata e tem um método de trabalho interessante. O que faz nos outros, faz no seu cabelo, mas, com o objetivo de melhorar a auto estima.

Desde pequena sua mãe trançava seus cabelos, por isso, o toque na cabeça, o cafuné é tão importante em seu trabalho. Busca compreender do que o cabelo precisa e o mais difícil, conseguir entender como o outro está se sentindo. Para isso, começou a fazer teatro, como uma forma de saber sentir o outro na elaboração de seus penteados afros. Marilene cultiva a afetividade em seu trabalho.

Começou a estudar o cafuné, entre outras coisas, como uma forma de trazer a consciência da respiração e do corpo associada as memórias afetuosas da infância. É importante achar um momento de calmaria durante o dia, para pensar no corpo e o cabelo também é uma resposta do corpo. Ele reflete oque somos. A estética sem saúde não é nada.

Para finalizar nos ofereceu uma receita de um tônico de alecrim, para os cabelos, que tem propriedades hidratantes, calmantes e estimuladora de sentidos.

Ele deve ser feito da seguinte forma: Em um recipiente com água, macere o alecrim. Quando a coloração da água estiver esverdeada, o liquido deve ser coado e colocado em um borrifador para ser aplicado nos cabelos.

Marilene também apresentou seu blog Consciência do cabelo Humano, onde vem escrevendo sobre o tema.




Por: Beá Meira e Wanda Lúcia Batista Bolsista PIBEX – UFRJ Faculdade de Medicina- T.O. e

Raquel Lima, Bolsista PIBEX, UFRJ-FM-TO.