História da TV – antes do começo, antes do fim

Na última aula das Quebradas de 2012/2013 tivemos como convidado Guilherme Vasconcelos, que há 15 anos trabalha na Rede Globo e veio para nos contar sobre a história da televisão.

A TV como a conhecemos está com os dias contados, começou Guilherme Vasconcelos, e seguiu falando que a televisão é objeto de amor e ódio. Ele falou sobre a “função de lareira” que a TV cumpre, de reunir as pessoas à sua volta, de Santa Clara, a padroeira; da importância social que este eletrodoméstico teve e tem na vida das pessoas.

Deu ênfase na dualidade; ao mesmo tempo em que traz informação nos aprisiona em sua grade, pois “temos” hora marcada para ver o jornal, a novela, ou qualquer outro programa. Paralelamente, ela proporcionou uma mudança na divulgação de informações. A cultura era algo de “poucos para poucos”. Com o surgimento das “massas” e da cultura de massa, mudaram os veículos de informação, com a informação sendo produzida de “poucos para muitos”. Agora, na virada do milênio, essa produção passa a ser de “muitos para muitos”. Vivemos a descentralização dos canais de comunicação.

Guilherme mostrou dados recentes, e outros dos anos 2000, em relação aos eletrodomésticos mais presentes dentro das casas: 1° fogão; 2° televisão e 3° geladeira. Até então cerca de 90% das pessoas possuíam televisores, nos dias de hoje possivelmente essa porcentagem aumentou ainda mais. E com os avanços das novas tecnologias, o futuro é dos aparelhos em que é possível ver filmes, obter informações, acessar a internet, tudo num mesmo eletrodoméstico.

A TV é como um circo, um circo eletrônico que oferece de tudo para todos. Tem seus pilares inspirados no rádio: música, humor, drama, jornalismo e esporte. Que são os programas da grade, ou como brinca nosso convidado, “é o intervalo entre um comercial e outro”. Ele frisou que a publicidade promoveu diversas mudanças ao longo da história. Quando surgiram as novelas de rádio, em 1941, eram as agências de publicidade que as produziam. Grandes artistas como Ary Barroso e Casé (avô de Regina Casé), brilharam no rádio. Outros ainda começaram no rádio e se consagraram na TV. Programas como Praça da Alegria (existe ainda, mas com outro nome), Escolinha do Professor Raimundo, Balança Mais Não Cai, também surgiram rádio e continuaram na televisão. Citou também a Jovem Guarda, movimento cultural que surgiu na telinha.

Guilherme falou também do gênero de narrativa que assistimos até os dias de hoje, o  melodrama, cuja função primeira era ensinar a se portar em sociedade, com enredos como pessoas que mudavam de classes sociais, órfãos em busca de suas famílias desconhecidas, entre outros. As novelas, que são filhas do melodrama, começaram no rádio juntamente com a invenção do IBOPE, empresa responsável por medir a audiência.

Foi destacado também o processo de mudança e transformação dos meios de comunicação que seriam os precursores da televisão, como o jornal e o folhetim, produzidos serialmente em uma indústria. Outro marco na história e mais precisamente no nascimento da televisão foi o jornalista paraibano Assis Chateaubriand, fundador da TV Tupi, emissora que colocou no ar a novela “Beto Rockefeller” e outras de grande sucesso.

Guilherme falou dos primeiros autores de telenovela no Brasil, como a cubana Glória Magadan, e de Janete Clair, que escreveu as novelas com maiores audiências da história já na TV Globo.

Atualmente 2/3 da verba publicitária do Brasil é gasta na Globo, que nos últimos tempos conseguiu recorde de faturamento, ao mesmo tempo em que teve queda de audiência.

E para finalizar Guilherme afirmou:

“Teatro é vida, cinema é arte, e TV é eletrodoméstico… mas que pode ser veículo de arte”

 

Texto Iris Medeiros e foto Claudina Oliveira