Ordem, verossimilhança e virtude na arte e na arquitetura da Grécia antiga, pós-aula

A aula da última terça-feira começou com uma contextualização sobre a Grécia antiga, em que a professora procurou mostrar por que essa cultura é tão importante para a civilização ocidental. A civilização grega já estava consolidada nas ilhas do mar Egeu por volta de 900 a.C. A primeira Olímpiada, que era um evento cívico religioso, uma forma de honrar os deuses e cultuar a perfeição, aconteceu em 770 a.C.

A grande diferença da Grécia antiga para as outras civilizações que existiam no mesmo período é o sistema político: a democracia. Isso acontece pela primeira vez em Atenas, em 550 a.C. À época, o conceito de cidadão era limitado aos homens livres. O período de formação da pólis grega é conhecido como período arcaico.

O período chamado de clássico vai de 480 a.C. a 323 a.C., e corresponde ao apogeu socioeconômico dessa civilização. Em meados do século IV a.C., o reino da Macedônia, situado ao norte da Grécia, emergiu como nova potência. O rei da Macedônia, Alexandre, o Grande, filho de Filipe II, transformou a Grécia em um império, e conquistou um território que se estendia do Punjab a Gibraltar.

O período entre a morte de Alexandre (323 a.C) e a anexação das ilhas Gregas ao Império Romano é chamado helenístico. É o momento de difusão da cultura grega pelos territórios que haviam sido conquistados por Alexandre.

Na arte, o período arcaico se caracteriza pela utilização de formas geométricas repetidas, criando padrões que ornamentavam os vasos de cerâmica, e pelo uso de esculturas fúnebres chamadas kouros. O kouros é uma figura masculina que representa o ideal de masculinidade, a virtude de lutar e morrer pela pólis.

No período clássico, o interesse pela figura humana de forma verossimilhante e a representação da narrativa mítica dominaram a decoração dos vasos. As pinturas eram pensadas e aplicadas na superfície, levando em consideração a forma do vaso. A escultura buscava as formas precisas, proporcionais e verdadeiras. A beleza era sinônimo de bem. Para a cultura grega não havia separação clara entre história e mitologia. Os mitos eram, muitas vezes, a expressão de como os gregos se sentiam em relação aos outros povos. A centauromaquia, por exemplo, na mitologia, é uma guerra entre gregos e centauros, criaturas metade homem e metade cavalo, que representavam o que é ilícito, aqueles que não são civilizados.

No período helenístico, os gregos passam a representar fatos históricos, a arte se torna realista. A arte passou cada vez menos a expressar o heroico, preferindo abordar aspectos individuais. Os escultores deixaram de representar os deuses e os valores éticos e passaram a representar os seres terrenos.

Com a expansão de Roma e a conquista dos territórios gregos a este império, começa a haver uma apropriação descontextualizada da arte helênica por parte dos invasores, que copiam as esculturas e assimilam a mitologia grega. Com o cristianismo, a arte grega é vista como expressão do paganismo. As esculturas de bronze são derretidas e transformadas em armas, durante a Idade Média.

O ideal grego de beleza e a filosofia serão retomados durante o Renascimento, com a volta do interesse no humanismo. Mais tarde, com o iluminismo e a revolução francesa, mais uma vez o padrão de beleza austero do período clássico é adotado não apenas na pintura, mas também na arquitetura chamada neoclássica.