[polo] Solidariedade, coletividade e persistência fecharam com chave de ouro o pólo de Manguinhos

A palavra de ordem do último Território em Manguinhos foi solidariedade. Como a relação de afeto e troca entre as pessoas pode render frutos não apenas sociais, mas humanos.

A solidariedade gera satisfação pessoal de ajudar ao próximo e inventa uma economia paralela no projeto PÃO E LATA de Sidnei Martins. Ele troca 1 pão por 2 latas para reciclagem. Com a venda das latas (1kg= 2, 30 reais = 64 latas ) ele compra farinha e assa o pão no forno em frente a sua casa, todo dia! Com esta iniciativa do Sidnei uma criança catando algumas latinhas pode levar um pão fresquinho para sua mãe.

Evangelista Barreto tratou de Economia Solidária (que se caracteriza por: cooperação, autogestão, dimensão econômica e solidariedade), através do projeto RIOECOSOL, presente na Cidade de Deus, Santa Marta, Alemão e Manguinhos. Um projeto que visa geração de trabalho e renda, com a preservação dos valores humanos e sociais.

Regina Franklin mostrou como a atividade de artesanato, além de gerar renda, faz uma higiene mental e manual. Dilmar José provou que quando cada um faz a sua parte todos ganham. O descarte do lixo doméstico de forma seletiva e consciente, possibilita que os catadores façam o seu trabalho dignamente e promove a reciclagem e a reutilização.

Marcelo Almeida no seu mini-território sobre Divulgação e Visibilidade da Arte na Periferia falou da importância de ter alguém dedicado exclusivamente à esta função. Para fazer divulgação é preciso uma estrutura mínima de trabalho, persistência e paixão. Mas, muitas vezes o artista acaba participando de todo o processo, uma realidade comum na periferia. Com equipes reduzidas, pela pouca disponibilidade de recursos, as produções na periferia levam o artista a uma constante reinvenção do seu processo criativo.

O Território acabou sem nos darmos conta dele, pois a discussão se estendeu a todos, de forma participativa, humana e solidária, encerrando as atividades do Pólo Manguinhos com chave de ouro.

Texto: Joana D’arc Liberato