Dia 12 de julho passado, a artista e quebradeira mór Numa Ciro apresentou o Monólogo Cantante para Gabo, na Universidade Nova de Lisboa, durante o Colóquio Internacional Gabriel Garcia Márques. O espetáculo é uma composição da artista, de personagens, canções e imagens do universo mágico de Cem anos de Solidão, obra prima da literatura. Com elementos de teatro, música e artes plásticas a atriz e cantora apresentou belíssimos quadros em que as palavras saltam e ganham corpo. Na primeira apresentação o público reagiu impressionado com sua originalidade e força.
Ao carregar dentro de si tantos papéis (psicanalista, artista, quebradeira, pesquisadora, poeta) a artista faz das palavras seu território de passagens. Diante de uma plateia impactada, Numa Ciro, como uma graúna, na secura do agreste, abre os olhos, asas reguimarães, e sussurra: “O sertão é do tamanho do mundo…O sertão é dentro da gente…O sertão é sem lugar”.
Nele cabem tantos mundos quanto formos capazes de sonhar. Numa acredita e nos faz acreditar.
Por Angela Carneiro (Coordenadora Pedagógica da Universidade das Quebradas)