Texto escrito por Pedro Diego Rocha
Já parou para pensar em como é importante e necessário registrar, agrupar e preservar memórias de situações que você viveu, para que elas não se percam, ainda mais no Brasil (onde a cultura tem bases na tradição oral)? Para convocar os quebradeiros a participar do resgate da história da UQ, a também quebradeira Samanta Sironi criou um vídeo de mapeamento afetivo e criativo da edição 2016 do curso. No registro, os alunos falam de suas ocupações e relações com os parceiros de UQ, mostrando-se de modo individual e ao mesmo tempo geral, assim, agrupando talentos e vivências.
Samanta teve a ideia do mapeamento na Especialização em Linguagens Artísticas, Cultura e Educação, que ela cursa no Instituto Federal do Rio de Janeiro, em Nilopólis, na Baixada Fluminense. Como é preciso apresentar um produto a ser avaliado, ela logo pensou em “algo que seria bacana, direto, não ficasse só no campo do pensamento e, sim, na prática”. Durante esse período, surgiu o GT (grupo de trabalho) de Mapeamento da UQ, com gente da mesma forma interessada em reunir e resgatar informações sobre o curso. “Pessoas que anseiam isso para realmente consolidar essa rede de contatos e também esse território, legitimar, ter um pertencimento, ter uma memória tangível”, relatou a gaúcha de 33 anos.
Ao criar o vídeo, ela pensou em um dos princípios da UQ, a coletividade, “de todo mundo junto” e em chamar a atenção de todos com a mensagem “Ah, que bacana, vamos entrar nessa ideia de mapeamento”. Com esta seleção de lembranças e perfis que serão organizados, qualquer pessoa poderá ter acesso ao que foi ali vivido e trocado na Universidade das Quebradas. “A gente idealiza fazer esse mapeamento e botar em tudo que é mídia. Então vai ser pela internet, ser impresso como um livro, que todo mundo possa utilizar, que seja palpável”, conta a quebradeira.
“Eu me encontrei aqui nas Quebradas”
A relação de Samanta com a UQ é como uma amizade que nasce quando se chega a um novo lugar. Ao saber o que o curso significa para ela, entende-se melhor os motivos pelos quais ela elaborou o projeto do mapeamento afetivo e criativo. “Não sou carioca, sou do Rio Grande do Sul e vim pra cá pra conhecer o que é a arte dentro do Rio de Janeiro e eu me encontrei aqui nas Quebradas”.
A quebradeira avisa que o projeto do mapeamento tem intenções de expansão. “A princípio, a gente tá nesse plano que, nos próximos anos, os próximos quebradeiros continuem com essa ideia. Então, a partir disto, a gente que fazer todo esse trabalho para depois também se criar uma metodologia que nos outros anos as pessoas continuem fazendo isso”.
Em um primeiro momento, o GT vai mapear a edição e os alunos da UQ 2016 e depois olhar tanto para o futuro quanto o passado. “Vamos trabalhar em 2017 sobre essa história e depois a gente vai tentar vir para trás, pegar desde o começo e também mais os para frente. Essa que é a ideia”.
Assista abaixo ao vídeo produzido, gravado e editado por Samanta: