Na última aula, a professora Ângela nos prestigiou com uma fala sensível e tocante sobre nossos caminhos. Trazendo a tona uma reflexão sobre a nossa subjetividade, Ângela mostrou através de citações dos textos produzidos pelos quebradeiros, o potencial já existente e que ainda pode ser desenvolvido pela turma. De forma delicada apontou as transformações que ocorreram conosco ao longo dos cinco meses de aula.
A professora comentou cada uma das apresentações dos territórios que ocorreram, e falou sobre a importância de registrar o saber prático produzindo textos, principalmente nesse momento que estamos sendo solicitados a escrever projetos e artigos, nos quais podemos e devemos criar novas possibilidades.
É importante analisar as transformações que o outro nos causou e que nós causamos ao outro, através dessas afectações¹ e relações rizomáticas² do pensamento. Angela entre outras observações fundamentais para o nosso processo afirmou que é preciso perceber nossos encontros, nossa linha do tempo e descobrir a “alma das coisas” como colocou Janaína Tavares.
Pelo caminho de nossas relações, transformações e inquietações, seria de grande valia que criássemos nossas próprias cartografias, expandidas e não polarizadas, cultivadas e não impostas. Devemos seguir contra o que nos diminui. – como no exemplo dado pela professora com o quadro de Victor Meirelles, A primeira missa de 1860, onde os índios foram colocados de forma fragilizada em oposição a imponência da tradição europeia – Que não fiquemos nas sombras nem a margem, mas que sejamos luz e potência.
¹ Afecto: conceito filosófico de Gilles Deleuze e Félix Guattari
² Rizoma: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rizoma_(filosofia)
Octávio de Souza e Priscila Medeiros – Bolsista PIBEX PACC\UFRJ