Hoje aqui na estante do meu quartinho meu braço esbarrou no Etnopoesia no Milênio de Jerome Rothenberg, que ganhei de presente do Sergio Cohn, da Azougue Edtorial em 2006.
Porque isso aconteceu?
Minha intuição me levou a reler logo hoje o prefácio do antropólogo Pedro Cesarino, e senti a mesma emoção que da primeira leitura.
Fiquei infantil. Sou totalmente ávida e medrosa pra mergulhar de cabeça nessa aventura. Preciso de companhia. Isso é um convite.
Que aventura? tentando resumir em tópicos:
Pré face por Pedro Cesarino
Jerome Rothenberg segue sendo figura central da poesia contemporânea
Poesia transnacional
Criou a etnopoética
Reformulou o sentido das antologias
Dinâmica coletiva
Rica trajetória
Substrato à disposição
Modernismo europeu
Picasso
Tristan Tzara
Gertrude Stein
Caminhos abertos
Fruto da convivência com biólogos, antropólogos e filósofos
Abrigou movimentos artísticos
Bebendo na fonte
Ambiente multiculturalista e libertário
Pós moderno
Pós holocausto
Pós bomba
Resistência questionadora
Regra do Império
Se guiou pela Suspeita
Impulsos
Veículo de transformação
Primitivo significa complexo
Margens
Poesia visionária
Direção a outrem
Paradoxos colaborem a seu favor
Fazer poético
Criação – poiesis
Matérias e Interlocuções
Experiência criativa
“Ocidentes” não oficiais e não conhecidos
Alhures
Viés idealista, exotização, “estética dos excluídos”
Abertura criativa
Encastelada em seu ironismo e distanciamento
Inesgotável potencial criativo dos paradoxos envolvidos em traduções transculturais
Continentes Internos e Vizinhos
Analogias profundas
Ampliando possibilidades de interferência na linguagem
Metaforização criativa
Estereótipos românticos
Potencial imaginativo
Imersões tradutivas
Fusões criativas
Experiências outras
Fazer incidir energias contidas
Línguas de reversões
Eventos de sonho
Desorientações
Complexas metafóricas rituais
Oferecendo outros possíveis reais
Campo de interlocução de nosso fazer poético
Inflexões
Paideuma tradutivo
Avatar
Célebre problema antropológico do Grande Divisor
Elo secreto
Advento da modernidade
Dilemas
Cultura letrada
grandes rótulos
necessidade de contraste
tentativa de traduzir poéticas alheias
mobilizar criativamente
aporias
desprovidas de conhecimento da língua e ontologias
coincidência de imagens
densas pesquisas
mais distintas
compromisso com sentidos amplos de tradução
tornar o diverso contemporâneo de mim
cruzar ou criar híbridos poéticos
campos experienciais distintos
realizar experiências de alterizações
Fazer enfim com que a imaginação evoque
A completude de outro ser humano
Questionamento de nossa identidade em face de outrem
Alternativa ao Monopólio da “interferência lírica do indivíduo enquanto ego”
“Tradução Total”
Reavaliar os potenciais do texto escrito
Como aí re-configurar palavras-sons, ritmos e melodias?
Transportas algo do evento
Alargando a ideia
Própria obra
Autoria aberta
As diversas incursões às poéticas não oficiais não são uma questão de analogia superficial, mas de transformação do sentido da linguagem e da experiência.
Ser-no-poema
Judeu desterrado
Não deve ser lido como um turista transcultural, mas sim como viajante
Aquele que faz do trânsito forma de experiência, matéria para o conhecimento
Tradução como compromisso e não como diletantismo, adquire a mesma densidade que a dura herança do holocausto vertida em poesia…& irrompe em um grito…& isso faz surgir o poema.
Abertura, entre muitas, pela qual todas as palavras se fazem presentes
Nomadismo
Sentido de uma comunidade de poetas
Fronteiras
Pensamento generoso
Sua poesia (e a de outros) ai está para ‘testar os limites do coração”.
Rute Casoy, é Mestre Quebradeira.
Imagem: Homenagem a Rute Casoy de Denise Lima Araújo