Pós Aula 1 – E tudo começou na África – Elisa Larkin Nascimento

Está no ar nossa primeira pós aula de 2015! Leia e comente ao final.

 

Elisa Larkin Nascimento, mestre em Direito e Ciências Sociais pela Universidade do Estado de Nova Iorque, doutora em Psicologia pela USP, cofundadora e diretora do Ipeafro – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, visitou a UQ na última terça-feira (10/3) e ministrou uma palestra, cujo tema foi sobre a Antiguidade Africana.

Segundo Elisa Larkin, nas origens africanas está o princípio da humanidade, da produção intelectual, como o teatro, a ciência, a filosofia e a medicina; no entanto, desde sempre, nossa civilização leva pouco em conta o protagonismo do negro na História. Ainda segundo a pensadora, essas origens foram atribuídas, de forma equivocada, à Grécia Antiga. Mesmo partindo de pontos óbvios da herança egípcia, ao longo dos séculos, foram construídos argumentos para negar que a parte negra africana seria a autora dessa civilização. Em contrapartida, atribuiu-se as origens a uma suposta elite branca, ou a uma “raça vermelha” distinta da negra.

Para ilustrar sua tese, Elisa construiu uma linha do tempo, que pode ser vista no site http://ipeafro.org.br/linha-do-tempo/, do Instituto de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiro – Ipeafro, no qual é narrado todo o percurso dessa produção negra.

Elisa terminou sua palestra mostrando representações imagéticas de provérbios africanos antigos, como, por exemplo, a figura de um pássaro com a cabeça voltada pra trás, cujo significado é: “Nunca é tarde para voltar a apanhar aquilo que ficou pra trás”. Essa imagem está presente no Adinkra, uma espécie de dicionário de símbolos africanos, traduzido pelo Ipeafro.

Como um dos exemplos dessa importância dos povos negros, Elisa Larkin nos lembrou que o Haiti foi o primeiro país a se rebelar contra a escravidão e a fundar a primeira república inteiramente governada por negros.