“Amor à mão armada” e “Canto à liberdade” – poesias de um quebradeiro

Por Sérgio Fonseca – Quebradeiro da 7ª edição da Universidade das Quebradas (2016)

Amor à mão armada

Não se exige amor
à ponta de faca,
a toque de caixa,
com uma pistola na cabeça,
ou asfixiando a garganta alheia.

Não se exige amor
nem mesmo com
uma dúzia das mais belas rosas,
oferecidas em um jantar romântico,
acompanhadas por um anel de brilhantes.

Não se exige amor
com uma viagem ao Caribe,
um tour maravilhoso pela Europa,
ou um cruzeiro inesquecível às ilhas gregas…

Amor não se exige.

Canto à liberdade

Que eles tentem!
Os meus olhos,
ceguem;
a minha língua,
cortem;
a minha boca,
amordacem;
as minhas narinas,
tapem;
a minha garganta,
sufoquem;
os meus pulsos,
algemem;
a minha consciência,
dopem;
a minha poesia,
rasguem;
o meu corpo,
acorrentem;
e nas profundezas do mar,
me lancem…

Sou livre:
A liberdade habita em mim.
Por isso, eles temem!