Conheça o projeto da quebradeira Denise Andrade, cuja assessoria de imprensa é feita pela também quebradeira Tássia di Carvalho, autora deste texto.
Mais de 1.550 pessoas já participaram das ações da Olimpíada de Brincadeiras Populares, que começaram em julho. O projeto, que está na sua 11ª semana já percorreu a cidade das zonas Norte a Sul, passando pela Tijuca, Quinta da Boa Vista, Catete, Santa Marta, Vila Isabel, entre outros. Estamos chegando a nossa última semana, e desembarcaremos no Parque Guinle (na sexta e no domingo) e no Largo do Metrô do Estácio (sábado). Vamos levar todas as brincadeiras que fizeram parte da infância das crianças das décadas de 1970, 80 e 90: peteca, corda, lego, queimado, pique, elástico, entre muitas, muitas outras. A iniciativa é patrocinada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Secretaria de Cultura. A entrada é gratuita, para participar basta comparecer, das 13h às 17h (no Parque Guinle) e das 9h às 13h (no Largo do Metrô do Estácio).
Todas as nossas atividades são gratuitas, e indicadas para crianças de 5 a 12 anos – as menores também podem participar, mas devem estar sob vigilância constante dos seus responsáveis, foi isso que Isabel Cristina, 51 anos, avó da pequena Helena, de um ano e meio, fez ao levar a neta para participar da ação na Praça Afonso Pena, na Tijuca. “É muito importante ter ações como essa, minha neta sabe mexer no celular, mas não conhecia essas brincadeiras”, conta. “Quando os pais a levam para passear, geralmente é no shopping, é importante que possamos ter mais ações como esta, levando crianças como ela a ações em praças e parques”, elogiou Isabel.
Já Ricardo Alcântara, de 51 anos, pai de Leonardo, de três anos e oito meses, se admirou com a empolgação do filho com brincadeiras tradicionais, e afirmou que ensinará ao menino outras brincadeiras que fizeram parte de sua infância. “É muito legal ver como ele se diverte, eu brincava de totó, futebol de botão, vou ensinar a ele. Hoje em dia é tudo tecnologia, a criança já nasce sabendo jogar no celular, acessar a internet, mas não conhece esses jogos tradicionais”, constata.
“Nos surpreendemos com a quantidade de famílias que compareceram, tem sido incrível”, conta a idealizadora da ação, Denise Andrade, que elaborou o projeto após a filha, Kaylane, 6, a questionar por que não brincava mais com ela e a ensinava brincadeiras de rua. “Eu não esperava isso, então pensei em um projeto em que os pais pudessem brincar com seus filhos”, relembra.
Cada bairro que recebe a Olimpíada de Brincadeiras Populares, conta com três dias de atividades que incentivam a integração das crianças umas com as outras e também com seus familiares. A equipe multidisciplinar leva aos locais das ações uma contadora de histórias e recreadores que incentivam o brincar e as inteirações. As atividades são divididas em quatro cores: azul, verde, amarelo, vermelho. No azul, é um espaço de relaxamento e leitura, aonde as crianças poderão relaxar e exercitar a leitura; no verde estarão panelinhas, cavalinhos, aonde procuraremos quebrar paradigmas das ‘brincadeiras de meninos e de meninas’. No amarelo, procuramos trabalhar a coordenação motora, com brincadeiras como peteca; no vermelho trabalhamos o raciocínio sistêmico, com jogos como pesca-pesca. “Não é brincar por brincar, eles têm autonomia no brincar”, conta Denise Andrade.
Serviço
O que: última semana da Olimpíada de Brincadeiras Populares
Horário e local: sexta e domingo (23 e 25/09) no Parque Guinle, em Laranjeiras, das 13 às 17h; e no Largo do Metrô do Estácio no sábado 24/09, das 9h às 13h.
