O ator, diretor e produtor teatral, Leandro Santanna, quebradeiro da primeira geração, está na novela Avenida Brasil! Leiam a seguir o que ele nos contou sobre esta experiência.
Universidade das Quebradas – Como você foi parar na novela Avenida Brasil, no papel do motorista do Tufão?
Leandro Santanna – Bom estou nesta área há 18 anos, vira e meche faço participações em uma novela ou outra. O bacana desta vez, é que o personagem é fixo até o fim da trama. O “Herculano” foi um presente que recebi na semana em que iria fazer a prova do Detran, fiquei pilhado, caso não conseguisse a carteira não seria contratado. Mas graças a Deus deu tudo certo!
UQ – O que esta experiência trouxe de aprendizado pra você?
LS – Com a rotina das gravações tenho aprendido muito sobre esta plataforma de trabalho diferenciada que é a TV. A gente no teatro fala muita bobagem sobre a televisão. De perto se vê que tem que ser muito bom pra fazer um trabalho como esse. Vejo as cenas da Adriana Esteves e da Débora Falabela, e as vezes sinto vontade de aplaudi-las nos bastidores… Tem que se lapidar MUITO pra fazer bonito, e é um elenco lapidar!
UQ – Você acha que uma novela que tem a periferia do Rio de Janeiro como pano de fundo, aumenta o espaço para atores e autores da periferia?
LS – Acredito MUITO na força das ações das pessoas. A novela tem a periferia como pano de fundo porquê a periferia apareceu, se colocou e vem dizendo ao que veio… Pra mim os atores, autores e todas as mentes pensantes da periferia tem obrigação de arregaçar as mangas e cavar todos os espaços possíveis. Pegar na unha!
UQ – Como foi participar da leitura de Eles Não Usam Black-Tie com Nelson Xavier e Fernanda Montenegro?
LS – No carro, indo pra Casa da Gávea, já fui ficando marejado, pensando baixinho: o neguinho lá de Queimados e a Dona Fernanda… Que onda!!!! Quando a Márcia do Valle me chamou topei antes mesmo de saber do Nelson e da Fernanda. Sempre assisti as leituras da casa da Gávea, nunca imaginei estar do outro lado, amo Guarnieri, Blak-Tie é um clássico… Enfim, foi MUITO EMOCIONANTE
UQ – Com todos estes compromissos você ainda está comandando o teatro em Queimados?
LS – Sim!!! Gravo 3 vezes por semana, nossa companhia vai fazer 10 anos em 2013 e os projetos estão a todo vapor! Nossa sede que em setembro completa 5 anos recebeu uma grana do MinC através de um edital disputadíssimo. É um ano de muitas conquistas, graças a Deus!
UQ – Como quebradeiro da primeira geração, o que você diria para os que estão chegando agora?
LS – Acho que os novos quebradeiros devem aproveitar o máximo a oportunidade da troca, que é a coisa mais importante da Educação. Mas que não vamos muito por aí, ainda mais na academia…
Vivendo a troca, os quebradeiros tem que se apropriar do ganho pra expandir as conquistas dentro e fora das quebradas!