Nesta última terça-feira de agosto, a Universidade das Quebradas contou com a presença de ELISA LARKIN, professora e pesquisadora do IPEAFRO ( Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros) com o tema Cultura Africana. Ela apresentou um minucioso panorama sobre a produção cultural e conhecimento dos países africanos. Elisa se utilizou de uma pesquisa que teve origem em 2002, na qual traçou a linha do tempo, representando os 5 mil anos de história da cultura africana.
Elisa destacou as influências culturais africanas, enfatizando que a humanidade teve sua origem na África, e que o Antigo Egito teve enorme importância para a formação da sociedade ocidental que hoje conhecemos.
A professora afirmou que os povos africanos foram produtores de conhecimento; linguagem escrita, agricultura, medicina, matemática, geometria e tecnologia náutica, entre outros. Que os gregos assimilaram estes saberes da cultura egípcia. Ela também chamou a atenção para o fato, de que a cultura egípcia tem sido apresentada na história ocidental como uma sociedade dominada por uma elite branca.
Elisa colocou a questão do racismo em discussão. Ela apresentou uma cronologia, na qual o racismo estaria intimamente ligado ao surgimento de sociedades patriarcais por volta de 1500 a.C. Época em que surge o sistema de castas na Índia. Chamou a atenção para a tradição de mulheres estadistas e guerreiras na cultura Africana; Cleópatra, Rainha Zinga, Rainha Tiye da Núbia, Chica da Silva, entre outras.
Contou sobre a importante cultura Mali, onde floresceram cidades como Djenné, e Tombuctu, pontos de encontro entre mercadores do oeste da África e caravanas vindas do Mediterrâneo e importantes centros culturais de tradições mulçumanas. Lembrou que os africanos islamizados foram responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico que fomentou as navegações na península Ibérica.
Colocou ainda que há indícios de que os povos Africanos tenham visitado as terras americanas na antiguidade. Indicou alguns fatos que provam a assimilação da cultura africana pelos povos que aqui viviam.
Elisa Larkin foi enfática ao dizer que é preciso pensar na escravidão do negro como um episódio curto, pequeno diante de 5 mil anos de história. Precisamos repensar a representação do negro como escravo. É hora de parar de reproduzir as mesmas imagens realizadas na época da colonização, como os famosos desenhos de Debret.
Elisa deixou uma provocação para todos nós: Que História pretendemos escrever?
(Por: Wanda Lúcia Batista-BOLSISTA PIBEX CCS-Faculdade de Medicina-T.O. UFRJ e Beá Meira)