A convite de  Antonio Barboza, ator que tive o prazer de conhecer numa das oficinas que fiz no Projeto 5 x Favela, fui assistir o espetáculo A MORINGA QUEBRADA, na última terça-feira(20). Nada mal para um feriado, principalmente para alguém que como eu, havia trabalhado normalmente tal e qual em dia útil e que acima de tudo adora teatro.

O texto  que foi escrito no início dos anos de 1800 por Heinrich Von Kleist e encenado pela primeira vez por Goethe, ganhou uma adaptação inusitada sob a direção de Gustavo Paso. Na versão brasileiríssima, os nomes lugarejos  “Holla”, “Huisum” e “Hussahe”, viram “Upa Cavalo”, “Eia Boi” e “Xô Bode”. O povoado holandês do original vira um povoado pernambucano e se  a história original se passa  às margens do Vecht, a adaptação a transfere para as margens do RIO TANTO FAZ, nas proximidades do Ipojuca.

Por conta de uma moringa quebrada, toda a cidade de Upa Cavalo se vê envolvida numa comédia, onde suspense e corrupção vão sendo delinados por diálogos inteligentes. As situações  permancem atualíssimas , apesar da obra ter mais de duzentos anos.

Foi inevitável a associação com Aluízio Azevedo, já que nas nossas abordagens a respeito de O Cortiço, o que mais nos surpreendeu foi a forma como a situação e o comportamento social permancem  basicamente os mesmos.

A atuação dos atores merece todos os aplausos ao final, quando a platéia já está dolorida de tantas ridadas. É uma peça para assistir rindo e sair pensando.

A Moringa Quebrada – uma comédia hilária,  um espetáculo da Cia Teatro Epigenia, com adaptação e direção de Gustavo Paso, cenário, figurinos e caracterização de Teca Fichinski em parceria com o diretor, iluminação de Paulo David Gusmão, trilha sonora de Caique Botkay em parceria com o diretor, músicas interpretadas pela banda Liberpensulo, tendo Claudio Tovar e Samir Murad como atores convidados.

Em cartaz na Sala Fernada Montenegro – Teatro do Leblon.

De 20 de novembro a 12 de dezembro, sempre terças e quartas, às 21h30 e quintas às 17h.

Por Cristina Hare