O Instituto Moreira Salles fica na Gávea, lá em cima, perto da Rocinha. Não é um lugar central, pelo contrário, trata-se de uma ponta desta cidade cheia de recantos. Acho que é por isso que, apesar da incrível programação sempre em cartaz, muitos cariocas nunca foram até lá.
O Instituto ocupa a casa em que o embaixador e banqueiro Walther Moreira Salles (1912-2001) viveu com sua família. Percorrer estes espaços, desfrutar da proximidade com a mata, das jaqueiras e outras árvores centenárias, é por si só, uma forma de exercer nossa cidadania.
Além disso tudo, ocupando quase todos os espaços abertos ao público, a obra do sul africano Willian Kentridge, encheu nossos corpos e nossas mentes. Um artista que opera com excelência todas as linguagens visuais; desenho, pintura, escultura, gravura, fotografia, animação e como um grande diretor encena uma obra épica, que fala de seu país com profundidade.
Ficamos todos maravilhados com as investigações do artista, com os filmes (alguns lúdicos e outros pesados) e com a forma como ele trabalha elementos antigos, conhecidos e cotidianos, para criar soluções novíssimas.
Além de duas alunas do curso de Pedagogia da UFRJ, Josiméia Oliveira e Cristiane Roza, tivemos a presença da guerreira Leda Lessa que veio de São Gonçalo, atravessando os mares para este encontro, a Jussara Santos, Romoaldo Vieira de Melo, Iris Medeiros, nossa querida Numa Ciro e a professora Silva Soter.
Por Beá Meira coordenadora pedagógica da Universidade das Quebradas
Montagem das fotos feitas com a música de Philip Miller composta para a obra Viagem á lua: nove desenhos para projeção de Willian Kentridge.