Afinal, de quem é o Samba?

Um panorama sobre a história do samba desde sua criação, essa foi a proposta da aula dada pelo estudioso de música e doutor pela ECO/UFRJ Luís Felipe Lima.

O samba nasce de uma condensação de formas musicais distintas que são chamadas de ‘sambas rurais’.  Nascido principalmente no Recôncavo Baiano, o samba foi trazido para terras cariocas por nordestinos que se mudaram para a cidade em busca de perspectivas de vida melhores, no final do século XIX.

Esses grupos de  nordestinos se concentraram, principalmente, na Cidade Nova e na Zona Portuária. Os homens, em geral, trabalhavam na estiva e as mulheres trabalhavam como quituteiras. As festas promovidas por esses grupos, aos poucos vão se tornando conhecidas. A trilha sonora é o jongo, o samba de roda, o samba de lenço. Era uma série de músicas acompanhadas só por instrumentos de percussão e é assim que se forja o samba urbano carioca.

O primeiro registro escrito que se tem notícia da palavra samba usada como conotação de estilo musical aparece em 1838, num jornal no interior do Pernambuco, escrito por um padre jesuíta, dizendo que o samba e a dinâmica provocada por ele  perturbava a ordem. Nos idiomas bantos, samba significa ‘cabriolar, pular como cabra’. A primeira geração de sambistas fez o que hoje é chamado de samba maxixado da Cidade Nova. É só no final dos anos 20 que o samba ganha a forma que conhecemos hoje.

De acordo com Luís Felipe Lima, “ O samba pode ser várias coisas, pode ser analisado a partir do ponto de vista de vários determinantes históricos. Não se reduz a uma coisa ou duas.”

Para encerrar e estimular o debate, o professor Luís Felipe fez uma provocação, perguntou aos quebradeiros se Chico Buarque poderia ser chamado de sambista.

 

Bárbara Reis – Bolsista PIBEX PACC/UFRJ