Como fazer com que os jogos olímpicos favoreçam coletivos, projetos e a cultura da periferia?

Este foi o debate que norteou o Fórum Cultural Olímpico e Paralímpico 2013, que trouxe para o Rio de Janeiro a experiência dos ingleses com  o legado de Londres 2012. Leia a seguir o relato do quebradeiro Pablo Ramoz sobre o evento.

Estiveram presentes no Fórum Cultural Olímpico e Paralímpico 2013, artistas, coletivos culturais, produtores/gestores culturais, representantes do poder público (Federal, Estadual e Municipal), organizações da sociedade civil, Autoridade Pública Olímpica-Rio 2016 e produtores das Olimpíadas Culturais Londres-2012.

O evento, dentre outros espaços de discussões, contemplou a apresentação da mesa de trabalho composta por Paul Heritage (People’s Palace Project), Marcus Vinícius Faustini (Agência de Redes para Juventude), Luiz Coradazzi (British Council), Juana Nunes (Ministério da Cultura), Carla Russi (Autoridade Pública Olímpica), seguida da apresentação da experiência londrina das Olímpiadas Culturais 2012 por Ruth Mackenzie (London Organising Committee of the Olympic and Paralympic Games) e Matthew Peacock (Streetwise Opera). Após as apresentações, foram organizados quatro Grupos de Trabalho (GT’s) para discutir propostas para o legado do Rio 2016,  no setor cultural. Os grupos foram provocados a debater o escopo dos desdobramentos dos eventos olímpicos, na perspectiva do Rio 2017 em diante, especialmente em territórios periféricos.

Somando-se as contribuições expostas ente os dias 17 e 18 de abril de 2013, apondo-se, em seu segundo dia, a presença da Secretária de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, Adriana Rattes e do Presidente da Funarte, Antônio Grassi, dentre outras autoridades públicas, a comissão que representou os produtores culturais de periferias, composta por Pablo Ramoz, Adair Aguiar, Ítala Isis, Bruno F. Duarte, Carlos Meijueiro, Veruska Taylla e Hanier Ferrer, elegeu 3(três) eixos “chaves”, sob um enfoque propositivo:

1- Construir a partir da experiência das olimpíadas culturais, uma política pública transversal (federal, estadual e municipal) de apoio à descentralização do investimento em pesquisa e produção cultural. Acreditamos que esse novo modo de ação, dentre outras coisas, contribui para oferecer visibilidade aos artistas, agentes culturais e sociais, ou seja, a Culturas de periferias, considerando sua diversidade e complexidade;

2- Incluir as representações sociais e pessoas físicas (artistas e produtores culturais de periferias), na grade/ agenda de concepção e curadoria da programação oficial das olimpíadas culturais, como agente legítimo desse processo, atuando na pesquisa e inclusão de expressões e modos de fazeres/saberes de diversos territórios periféricos;

3- Fomentar no Estado do Rio de Janeiro, uma cadeia produtiva da cultura, considerando a Economia da Cultura (com apoio aos artistas e não-artistas locais, pequenos empreendedores, agricultura comunitária, movimentos culturais endógenos, propondo a difusão de  modos colaborativos, como por exemplo, a criação de moedas de trocas).

 

O Fórum aconteceu nos dias: 17,18 e 19 de abril de 2013-Rio de Janeiro-RJ
Locais: Arena Carioca Jovelina Pérola Negra e Museu Nacional de Belas Artes.

 

Pablo Ramoz, dia 25 de abril de 2013