A narrativa é a desconstrução do imaginário de uma representação distante. O narrador é aquele ser entre um mestre e um sábio, que possibilita acesso à história. Narrar uma história é também um modo de afirmação da própria cultura. Por isso existe uma dicotomia entre os contadores de história, entre aqueles que contam a própria cultura, a própria tradição, e aqueles que vêm de longe e contam casos e histórias diferentes daquela realidade em que estão momentaneamente inseridos.
A professora Sandra Portugal e José Henrique propuseram uma atividade, dividindo a turma em cinco grupos. Cada grupo recebeu uma história completamente diferente, com o objetivo de narrá-la, de contá-la da melhor maneira possível para aqueles que ainda não tinham lido.
“O narrador”, de Walter Benjamin, foi o texto que orientou o primeiro Território Linguagem Abaixo. Segue um trecho que mostra a importância desse contador de histórias:
“Assim definido, o narrador figura entre os mestres e os sábios. Ele sabe dar conselhos: não para alguns casos, como o provérbio, mas para muitos casos, como o sábio. Pois pode recorrer a um acervo de toda uma vida (uma vida que não inclui apenas a própria experiência, mas em grande parte a experiência alheia. O narrador assimila à sua substância mais íntima aquilo que sabe por ouvir dizer). Seu dom é poder contar sua vida; sua dignidade é contá-la inteira. O narrador é o homem que poderia deixar a luz tênue de sua narração consumir completamente a mecha de sua vida.”
Veja aqui os textos usados na aula:
Bárbara Reis – Bolsista Pibex PACC/UFRJ