Sala Letras Libras / PACC – Faculdade de Letras/UFRJ
– De 10h às 12h – Proposta de Reflexão e Experimentação – “Novas Cartografias na Economia Criativa: Cultura como Projeto de Vida”, com Sandra Korman /UFRJ – Encontro 2
– De 12h às 14h – Intervalo para almoço
– De 14h às 16h – Palestra “Cidade, modernidade e prática espiritual em Cruz e Sousa: o Dante Negro”, com o Prof. Eduardo Guerreiro Brito Losso / UFRJ
Sabe-se que a poética do simbolismo é fruto de uma cultura fortemente urbana, sendo um segundo momento da “transfiguração do real, da elaboração ascética de si”, de Baudelaire, segundo Foucault. Assim como o poeta solitário presta especial atenção aos elementos transitórios da cidade, ele extrai correspondências da natureza para alimentar sua embriaguez poética solitária, contraposta à frieza e neutralidade burguesa. Caprichoso e ousado, mistura beleza e sujeira, sublime e grotesco, cidade e campo. Esse isolamento ascético produtivo e rebelde do poeta é radicalizado no contexto brasileiro de Cruz e Sousa, o chamado “Dante Negro”. Ele enfrentou as condições preconceituosas extremamente hostis em seu tempo aferrando-se no “peregrino fogo sagrado e sidéreo da Arte”, experimentando “um outro encantado mundo” a partir das possibilidades para ele abertas ou recusadas neste mundo, especificamente na sua cidade natal, Desterro, e na metrópole carioca.
Indicação de leitura: Alfredo Bosi-Poesia versus racismo, Eduardo Losso- Prática espiritual na poesia e na filosofia e
Godofredo de Oliveira Neto – Cruz e Sousa – o Poeta Alforriado
– De 16h às 18h – Oficina da Palavra: “Contemplar é preciso”, com a Profª. Danielle Cristina Mendes Pereira / UFRJ (Encontro 1).
Esta oficina pretende estabelecer reflexões acerca da potência do olhar e de suas relações com a compreensão e reelaboração dos fragmentos do real. Queremos pensar a ideia do olhar como o ato de guardar, de perceber aquilo que nossa atenção transforma em preciosidade. Em tempos nos quais impera a descartabilidade, a oficina é um convite para contemplarmos e, através desta contemplação, pensarmos nos elos entre palavra e imagem como potências capazes de aguçar a nossa inteligência.
Indicação de leitura: “Guardar”, de Antonio Cícero e “A construção do olhar”, de Fayga