Evento levou escritores conhecidos ao Morro dos Prazeres para conversarem sobre literatura.
Inspirado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), a Festa Literária Internacional das UPPs (Flupp), que teve a sua primeira edição no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, foi concebida pelo escritor Julio Ludimir. Para viabilizar sua ideia ele buscou quatro parceiros de peso: Écio Salles, ex-secretário de Cultura de Nova Iguaçu e conselheiro da UQ; o antropólogo e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Luiz Eduardo Soares; e nossa querida coordenadora Heloisa Buarque de Hollanda, crítica literária e professora da UFRJ.
O projeto do evento incluiu um trabalho com novos escritores da periferia que se desenvolveu entre o mês de março e julho de 2012; a Flupp pensa. Como resultado das palestras, oficinas e trocas com escritores consagrados foi lançado o livro “Flupp pensa — 43 novos autores”, uma coletânea de textos de novos autores, entre eles dois quebradeiros: Rosalina Brito e Cláudio Barreto.
A Universidade das Quebradas também esteve presente numa ação que preparou o morro dos Prazeres para a Flupp; o projeto Literatura nas Escadas. Um grupo de quebradeiros ajudou a viabilizar a ideia de Charles Siqueira, coordenador do projeto Galera.com, de fazer os poemas de alguns dos convidados como Ferreira Gullar, Allan da Rosa, Najwan Darwish, Kei Miller e Martin Jankowski subirem as escadas do Morro dos Prazeres.
A quebradeira Denise Kosta realizou o projeto gráfico, distribuindo palavras nos espelhos irregulares dos degraus. A quebradeira Jussara Santos realizou máscaras recortadas em adesivo que foram coladas nos espelhos dos degraus e pintados com jet spray.
Assistam aqui o vídeo:
Com uma programação que contou com a presença de convidados de vários países, como o poeta palestino Najwan Darwish e o rapper líbio MC Swat, além de brasileiros como Ariano Suassuna e Ferreira Gullar, a Flupp mostrou força para unir a cidade em torno da literatura. Este ano, o evento homenageará Waly Salomão e ocorrerá em novembro, no centro cultural que leva o nome do poeta, em Vigário Geral.
Obter o reconhecimento de um prêmio como o Faz Diferença legitima nossa proposta e amplia as possibilidades de diálogo na cidade e no país — diz Écio Salles.