A tragédia grega e a importância da África na formação da civilização deram o tom da aula do dia 29 de março.
Os professores e pesquisadores Henrique Cairus e Elisa Larkin fizeram as honras da Universidade das Quebradas na última 3a-feira, 29 de março. Grécia e África dividiram as atenções dos Quebradeiros durante todo o dia, e provaram mais uma vez que o negócio das Quebradas é enxergar além – para muitos lados e através de muitos olhares!
Henrique, professor da Pós-Graduação em Letras Clássicas da UFRJ, voltou aos tempos das narrativas mitológicas e das grandes tragédias, continuando a traçar o caminho por solos gregos que havia iniciado na primeira aula da UQ de 2011. Ele mostrou os elementos do teatro produzido na Antiguidade Clássica, narrou mitos como o de Édipo e Eurípedes, e despertou o interesse da turma ao analisar o papel social que a tragédia e a comédia grega tinham para a cidade, a polis – trata-se de uma ocupação do espaço urbano com o intuito de servir à população, algo que deve ser pensado para a nossa própria realidade.
Elisa, Pesquisadora do IPEAFRO – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-brasileiros, deu um abrangente panorama sobre aquilo que era produzido em termos de cultura e conhecimento na África antes mesmo de Tales de Mileto pensar em nascer. Ela mostrou as influências culturais africanas, principalmente do Antigo Egito, para a formação da sociedade ocidental que conhecemos hoje, contribuindo para acabar com o mito de que a África não é capaz de formar civilizações – para ela, o estudo sobre a cultura negra não pode jamais se resumir à análise dos 500 últimos anos de escravidão. Os Quebradeiros aplaudiram a aula de pé, e pediram bis!
Quem não foi perdeu um prato cheio: aulas repletas de cidadania, muita informação e discussões acaloradas, uma marca registrada desse time da pesada que ocupa a Casa do Estudante Universitário toda 3a-feira!
Para quem quiser recuperar o tempo perdido ou se aprofundar nos temas das últimas aulas, aqui vão alguns links e sugestões bibliográficas indicados pelos próprios mestres:
– Antiguidade grega: o professor Henrique Cairus recomendou o seu texto O lugar dos clássicos hoje: o super-canône e seus desdobramentos no Brasil
– Antiguidade africana: Elisa Larkin recomendou os autores Nei Lopes e Beatriz Nascimento, importantes expoentes do ativismo anti-racismo no Brasil.