Textos escritos por Rodrigo Telles, Quebradeiro da 7ª edição da Universidade das Quebradas (2016) (*)
Hesite em hesitar
As chances das coisas capazes de modificarem nossas vidas aparecerem, ao contrário do que se possa imaginar, não são múltiplas.
Ser alguém correto, companheiro de todas as horas, ótimo(a) filho(a), pai, mãe, irmão, irmã, amigo(a) ou degenerar-se a esse ponto é quase o bastante para tal acesso.
Tudo isso nos deixa a beira da plataforma, bem juntos da locomotiva da felicidade. Para embarcar são pré-requisitos um mínimo de ousadia e muita gana.
O trem não é parador e hesitar em entrar estando a frente de uma porta aberta, só pra ter história triste pra contar, significa perder um ou alguns dos poucos vagões disponíveis.
Protelar a viagem tende a ser um erro irreparável , com o passar do tempo a vitalidade para continuar na correria, encarar o empurra empurra e apertar-se em meio aos demais viajantes fica menor e você deixa de estar ao lado e passa a estar atrás, podendo talvez nunca mais alcançar. Em caso de tombos ou obstáculos que tenha que transpor, “retroceder nunca, render-se jamais”! Go on! Em bom e velho português, vai que é sua!
Memento mori et Carpe diem!
Te conheço? Me conheço?
Cada que passa me convenço mais que ser humano é sempre querer saber. Nem sempre obtemos as respostas e no entanto fazemos contínuas perguntas.
Não conhecemos a si próprio, quem dirá aos demais.
Imerso nesse misterioso mundo interior chego a ter algumas suposições:
Talvez por isso os analistas tenham suas agendas lotadas.
Talvez por isso nos encantemos de forma colossal com os atores e as atrizes, que se divertem e nos diverte nos enganando com mentiras baseadas em fatos reais e destes, alguns, sofram por enganar-se por muito tempo.
Talvez por isso proliferem as várias seitas e religiões.
Talvez por isso nos assolam e semeamos as inúmeras desconfianças.
Todos nós amamos algo, não suportamos algo e temos medo de algo, por mais esquisito que possa parecer.
Suponho que as respostas sobre nós mesmos estejam disponíveis nas simetrias inversas dos espelhos.
Então antes de qualquer julgamento, aconselho que vide os versos diversos.
Memento mori et carpe diem!
(*) Disponíveis no blog Mora n@s palavras.