A aula do dia 14 de junho vai trazer aos Quebradeiros muito do que fala à alma do Brasil: cordel, forró e cultura indígena serão discutidos pelos professores Aderaldo Luciano e Nietta Monte, e prometem levar à UQ em um mergulho pela nossa essência.
A aula da UQ começa sob o comando da professora Nietta Monte, pensadora, protagonista e testemunha de 30 anos do programa educacional Uma Experiência de Autoria entre os índios do Acre e outros povos indígenas do Brasil e América.
Na aula Escolas na Floresta, Nietta propõe a discussão dos pontos de contato e diferença trocados nos caminhos tão distantes – e ao mesmo tempo próximos – que ligam e separam a Amazônia indígena da periferia das metrópoles brasileiras atuais. Nesta direção, considerando espaços sociais educativos (ditos interculturais), Nietta pretende debater que afinidades são passíveis de reunir alguns diferentes povos e grupos sociais brasileiros de tradição comunitária e oral em sua trajetória contemporânea pela cidadania, a educação, a literatura e a arte.
Tendo em vista essas interações, a professora apresentará em sua aula passos dados desde os anos 80, trazendo à tona temas como educação e políticas públicas sobre o assunto. Mais do que contar histórias vividas, Nietta promete fazer um exame crítico de alguns processos e produtos tanto culturais quanto políticos, cuja visibilidade se dará com base em conjunto de livros de literatura em língua portuguesa e indígenas.
Dessa forma, a leitura estética e emotiva desses processos e produtos ajudará a compreender, enfim, quem são os chamados “índios brasileiros” na atualidade – e o quão similares podem ser os projetos educativos (tais como nas Quebradas) do tempo que une passado, presente e futuro.
Na segunda aula do dia, Cordel, forró, tradição e traição, o professor Aderaldo Luciano tenta aclarar o ensombreado paradigma poético-musical nordestino no qual Forró, referindo-se à música, e Cordel, à poesia, tornaram-se nomes genéricos para modalidades diversas daqueles produtos.
O forró viu-se paulatinamente reduzido a toda música na qual haja o instrumento conhecido por sanfona, esta mesma tendo vários outros nomes pelo nordeste a dentro: concertina, fole, acordeona, acordeão entre outros, sendo, inclusive, confundida com seu irmão menor em tamanho físico fole de oito baixos, o pé-de-bode. Por sua vez, o cordel serviu de guarda-chuva para todo tipo de manifestação poética cujas métrica, rima e músicalidade se consumavam na declamação ou no cantar de poetas repentistas, emboladores de coco, poetas matutos, glosadores, empulhadores, puxadores de benditos e ladainhas.
Para lançar luzes sobre a questão, esta aula parte do trabalho investigativo para apresentar um resultado que mescle pedagogia/entretenimento/cultura no desmembramento das categorias Forró em xotes, baiões, xaxados, rojões, frevos e arrasta-pés e Cordel em poemas matutos, cordel, emboladas, glosas e modalidades da cantoria nordestina.
Pensando em resolver os conflitos resultantes da falta desse conhecimento é que Aderaldo propõe este experimento. O professor espera, com isso, abrir o horizonte para que as gerações futuras procurem fomentar a inserção dessas categorias em seus devidos lugares, ou em seu devido lugar, ou seja: o universo poético da literatura e da música brasileira.
Para se preparar para a aula, cada aluno deve ler o material abaixo indicado pelos mestres:
ESCOLAS NA FLORESTA:
– Formação dos realizadores índigenas – texto Nietta no site Video Nas Aldeias
– Comissão Pró-Índio do Acre – site
– Vídeo ‘Índios do Nosso Brasil – Nossos Direitos’
CORDEL, FORRÓ, TRADIÇÃO E TRAIÇÃO:
– Literatura de cordel – no blog, buscar no campo de busca o termo “literatura de cordel” e ler os tópicos listados.
– texto da Revista Cultura Crítica, da Associação de Professores da PUC-SP.
– texto sobre Leandro Gomes de Barros para a Revista Confraria.
Boa aula, Quebradeiros!