Ligada nas Quebradas

Em Lisboa, o clima está muito agradável. É verão e o sol fortíssimo. Todos falam dessa luz peculiar, muito clara. Afirmam que não há outro lugar no mundo com a luminosidade de Lisboa. Até precisamos de óculos escuros. Eu, que nunca usei, estou a usá-los. O céu azul azul. E no entanto o vento é sempre fresco. Não há vento nem sequer! morno, é sempre geladinho. Quando anoitece, nunca antes das 9h, o vento é mesmo frio. Portanto, por mais calor que esteja fazendo, se sairmos de casa sabendo que só voltaremos tarde, temos que levar um pano qualquer, pois a noite sempre pede agasalho. Esta semana, saimos duas vezes e mesmo de noite não fez o frio que tanto temo.

A cidade em agosto fica vazia de portugueses. Todos tiram férias. Exagero para dar a idéia de que as férias são de bom fado. É tudo muito incrível. As tascas e outros estabelecimentos fecham (isso é que é fashion) e deixam taboletas nas portas com a informação de que estão de férias e a data de reabertura. Até o sapateiro, precisei dele esta semana, cheguei lá: de férias! Fecham as portas porque, em Portugal, os donos dos negócios tanto quanto os empregados aproveitam o descanso em férias coletivas. A maioria vai para as praias, quando não sai do país. Viajar de um país para outro, na Europa, é mesmo que sair de um estado para outro, no Brasil. Isso nos dá a dimensão do nosso país, mas também nos faz entender os motivos do nosso isolamento.

No entanto, os turistas estão sempre aqui. De todos os lugares do mundo. Porque Lisboa é uma cidade verdadeiramente bela. Se não fosse por tudo que aí tenho, seria um sítio (lugar) onde gostaria de morar pelo menos por uns 3 a 4 anos. Todos os dias temos uma bela surpresa com uma ruazinha, uma casa… outro jardim? Em geral as pessoas são bastante educadas. Formais, claro, mas de repente aparece um tipo de delicadeza que dá sentido à formalidade. Ao telemóvel (celular) ou aparelho fixo, os portugueses que atendem dizendo “TÔ”, pedem licença para desligar. Tá ligado?

Peço licença,
até a próxima semana.

Numa,
de Lisboa