Começando com uma história divertida da Leda Lessa sobre como a música encontrou o caminho para a sua vida, o verdadeiro tema do ‘Território: Música, linguagem e expressão’ talvez tenha sido a diversidade. Tivemos um panorama desde os cantadores de histórias com os contos musicados da Sylvia Orthof ao projeto de capoeira nas igrejas comandado pelo Joaquim, passando pela dança afro.
Quando criança, a quebradeira Leda participava de concursos musicais em São Gonçalo, promovidos pelo palhaço Carequinha, focada sempre no grande prêmio: Uma lata de goiabada. Mais tarde transformou a casa que foi o refúgio de um cientista judeu durante a 2ª Grande Guerra Mundial em um refúgio para as crianças da região. Foi meio sem querer que os ensaios dos ‘cantadores de histórias’ se tornaram atração.
A história sobre o projeto de capoeira do Joaquim percorre caminhos sagrados. Músico nato, leva há anos a cultura afro para escolas e igrejas evangélicas por meio da capoeira. Um dos grandes momentos do Jubal no Território foi quando ele tocou, um hino evangélico no berimbau, sem o acompanhamento de nenhum outro instrumento.
Ainda pensando sobre a cultura negra, Raquele Bernardi falou sobre arte e cidadania através da dança e dos projetos que já desenvolveu envolvendo dança afro. E ainda trabalhando essa relação da dança e do corpo, Fabiana Eramo, que pratica dança afro há seis anos, falou sobre dança afro e a relação com a academia. Fabiana relatou e apresentou coreografias em que relaciona os movimentos com os arquétipos dos orixás. A pergunta ‘O que é a dança afro?’ norteou seu mestrado em antropologia. Fabiana afirmou haver uma distância entre o que é percebido pela academia e o corpo.
Logo depois Sandro Cortes contou sua experiência na secretaria de cultura de Paracambi. Falou da Feira de Cultura que organiza há mais de dez anos na cidade, onde artistas locais e convidados famosos se apresentam num espaço central da cidade. Sandro, que é roqueiro, mostrou uma de suas composições pra gente.
Zé Carlos Gomez falou sobre música, percussão e instrumentos, mostrando o vídeo feito pela quebradeira Sandra Lima. A dica que Zé Carlos dá para qualquer um que tenha vontade de começar a tocar um instrumento é pensar nos sons que costuma que gosta de ouvir.
O sarau começou com o ‘Coral das Quebradas’ cantando ‘Peixinhos no mar’, de Milton Nascimento. Logo depois, o Breno cantou a música ‘At lo kmo kulam’, da banda de rock israelense Mashina.
O grande encerramento do território foi com uma roda de capoeira e dança afro, que com encerrou a festa em grande estilo.
Para ver uns dos bons momentos da tarde assista os vídeos feitos pela quebradeira Sandra Lima:
- http://www.youtube.com/watch?
feature=player_embedded&v= MIVuDba-ki8 - http://www.youtube.com/watch?
v=qovB7CSp4ys&feature=youtu.be
Bárbara Reis – Bolsista Pibex PACC/UFRJ