Na aula sobre o cordel, Aderaldo Luciano levou os quebradeiros a questionar sobre a aceitação da cultura popular na Academia, especialmente o cordel tido como algo menor, marginal. A denominação “Literatura de Cordel” vem do fato de que em terras lusitanas eles eram vendidos folhetos pendurados em corda. Raymon Conte, um francês em visita ao Brasil, ao ver o nosso folheto de poesia ate então chamado romance, folheto e verso associou ao português e o batizou assim. Sem atentar para as diferenças, enquanto o nosso era de poesia, o português era composto dos mais variados temas. O cordel é a única forma literária criada no Brasil e é um gênero literário por ter características próprias, daí a queda crescente do uso do termo Literatura de Cordel, substituída apenas por Cordel.
As características do Cordel são os versos com 7 silabas poéticas e, no mínimo, 32 estrofes por poesia, que podem se apresentar em sextilha: estrofes de 6 versos com rimas soantes e alternadas, onde o 2º Verso rima com o 4º, e o 4º verso rima com o 6º; septilha: o 4º verso rima com o 7º eo 5º com o 60; e a décima: o 1º rima com o 4º e o 4º com o 5º; peleja: combinação dos tipos anteriores de forma narrada e com discurso direto para diálogo dos personagens envolvidos.
No segundo tempo, foram apresentados a animação “O Coronel e o Lobisomem”, narrada em Cordel, de Ítalo Cajueiro e Elvis Kleber Figueiredo e o “Documentário do Folheteiro”, além da apresentação do samba “Eu sou das Quebradas”, do quebradeiro Haroldo. Mônica trouxe o “teatro de bonecos” e a música “Mulher nova bonita e cheirosa faz o homem gemer sem sentir dor”, de Zé Ramalho e Otacílio Batista, foi apresentada pelo quebradeiro Dilmar.
Quem quiser conhecer sobre os diferentes tipos de cordel e saber mais sobre a história pode acessar http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/
Texto: Joana D’arc Liberato
Foto “Cordel de São João” por abelmon007 – CC BY-SA 2.0