Entre as teias, sob as centenas de bolinhas, o bicho se cria e ganha forma. ObichoSusPensoNaPaisaGeN é obra do artista carioca Ernesto Neto, 47. Originalmente criada para a inauguração do Faena Arts Center (inserir: http://www.faenaartscenter.org/), novo espaço cultural de Buenos Aires, a exposição chega à Estação Leopoldina, no centro do Rio de Janeiro, com o patrocínio da Nike.
A saída cultural feita na última sexta-feira, dia 21 de setembro, promovida pela Universidade das Quebradas, levou os quebradeiros a andarem pelo bicho, uma espécie de jardim suspenso no amplo galpão da antiga estação ferroviária do Rio. Feito com cordas de polipropileno e bolinhas de plástico, a estrutura de crochê pode ser adentrada pelo visitante. “O bicho pergunta sobre o bicho que somos/ sobre quanto civilizado somos diante do bicho que não somos”, escreve Neto sobre seu trabalho.
“Eu estou completamente entusiasmado com as instalações e com a concepção desse trabalho. Todos esses cálculos, a formas criadas pelos fios, e todo esse ambiente que se cria lá dentro são impressionantes, tanto por fora como por dentro. Gosto desse efeito de ver as pessoas pelas entranhas do crochê”, disse Romualdo Vieira.
Além da exposição, há uma pequena biblioteca, na qual o visitante pode conhecer um pouco mais sobre o trabalho do artista e deixar um recado sobre o que achou da obra ou até sugerir um novo nome para a exposição. Essas sugestões podem ser deixadas no livro de visitas ou na parede da biblioteca. “As pessoas pensam que a obra é o bicho, mas na minha concepção, nós que somos. Afinal, nós somos os exploradores suspensos”, explicou Denise Kosta.
“Você se solta, vira criança. É uma exposição senso-motora, na qual você quer correr”, contou Iris Medeiros, que teve de se conter para não escalar o bicho, mas que deu algumas cambalhotas pelo caminho.
O evento fica na estação, na avenida Francisco Bicalho sem número, Centro, até o dia 16 de outubro. De quarta à sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 20h e aos domingos das 10h às 17h. A entrada é franca.
Por Mariana Mauro (Bolsista PIBEX – ECO/UFRJ)