Partitura, instrumentos, notas musicais. Esse foi o clima da última saída cultural da Universidade das Quebradas, na sexta-feira, dia 19 de outubro. O 9◦ Ensaio Aberto da Orquestra Petrobrás Sinfônica, na Fundição Progresso, encantou os quebradeiros.
Sob regência de Isaac Karabtchevsky, a orquestra apresentou a Sinfonia n◦ 2 de Leonard Bernstein , também conhecida como Age of anxiety. Karabtchevsky explicou que ela foi baseada em um poema de mesmo nome de W. H. Auden. A poesia retratava as preocupações do homem pós-guerra. Quando Bernstein leu os versos, em 1948, logo após a 2◦ Guerra Mundial, ele resolveu escrever uma sinfonia que retratasse o conteúdo da obra literária.
Como a época foi emblemática para a sociedade, era preciso respirar de alívio, já que Hitler não ganhara a guerra. “Escapamos por pouco dessa barbárie e crueldade”, disse o regente. A sinfonia, por sua vez, transmite sensações de ansiedade e angústia em suas notas.
“Senti uma emoção que nunca tinha sentido antes. Foi a primeira vez que vi uma orquestra ao vivo e adorei. Agora vou procurar sempre ir. Tirei várias fotos para dividir esse momento com a minha família”, contou a quebradeira Edna Costa.
“Ver a Orquestra Sinfônica já é uma emoção. Ver Isaac Karabtchevsky rege-la, transforma o momento numa emoção única. Na abertura dos ensaios, ele explica o momento musical que iria realizar, para que todos pudessem acompanhar seu desenvolvimento. Depois, com gestos precisos, ele conduz aqueles músicos com maestria exemplar. Seu ouvido é de uma sensibilidade inigualável. Percebe uma simples nota errada em meio a tantos instrumentos, identifica de onde veio, e com uma simplicidade, só possível aos grandes mestres, chama a atenção do músico para a falha sem rispidez, mas com a condescendência de um pai, alertando ao filho sobre um erro.
Seus músicos também tratam seus instrumentos com todo o respeito que merecem. A cada nota, conseguimos fazer uma viagem maravilhosa, visualizando fases e acontecimentos como lendo um livro. Ao final do ensaio, não pude resistir a conhecer esse divino maestro pessoalmente. E fui recebida com tal cordialidade e gentileza que só me fez aumentar a admiração já sentida.
Sem dúvida, um evento maravilhoso e inesquecível. Agradeço a Rô e colegas que proporcionaram momentos de rara beleza e felicidade”, disse Sandra Maya.
Por Mariana Mauro (Bolsista PIBEX – ECO/UFRJ)
Fotos: Sandra Maya