Por Luiz Ricardo da Costa – Quebradeiro da 7ª edição da Universidade das Quebradas (2016)
Ao olhar para trás, faça o exercício de enxergar tudo que se fez de bom. Nossa tendência ao olhar o passado é enxergar o tempo perdido e não tempo vencido.
O olho do passado por vezes é condenatório, em outros casos é horrível. E queremos apagá-lo. Mas o tempo que ficou, o tempo que se foi, se foi no tempo. Entretanto, ficou na memória. Ninguém com a saúde mental saudável apaga suas lembranças de tudo que se foi. Dói, dói! Porque sabemos que tudo que se foi pode tornar-se a ser novamente em anos diferentes, meses e décadas. O medo do passado se repetir nos afoga em um mar de angústia em nosso presente.
O futuro é obscuro e o peso do passado faz com que a gente deixe de ter esperança, deixamos de sonhar. E sonhar é viver, e viver é sonhar. A abrangência do passado, do tempo que se foi, das decepções que acumulam, e da falta que não foi preenchida faz do futuro algo quase que inexistente. Muitas razões! Muitas mesmo que você tem para não recomeçar. O olho do passado é tão sincero e tão presente que parece impossível não acreditar mais. É preciso recolher os cacos, é preciso catar um por um. E ver o tempo que se ganhou e não tempo que se perdeu.
Ultimamente, repito está frase que elaborei: o que importa na vida não é o que fizeram com você, o importante na vida é o que você está fazendo com você mesmo depois de tudo que fizeram com você. Que tipo de pessoa você se tornou? Vingativa? Arrogante? Prepotente? Invejosa? Competitiva? Ou você está se tornando uma pessoa perdoadora, amável, humilde, responsável, se implicando nas situações, sejam boas ou ruins aos seus olhos.
“Nós somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter”, assim disse Humberto Gessinger. Acredite. Sempre é possível recomeçar. Acredite! Sempre é possível tornar tudo novo de novo. Talvez seja possível que a mesma coisa se repita. Existem até as mesmas imagens que foram do passado, as mesmas cenas, porém a pergunta é: Você é a mesma pessoa do passado?
Luiz Ricardo da Costa. São Gonçalo. Outono de 2016.