Por Georgina Martins
No dia 2 de junho, tivemos o prazer de conversar com Mercio Gomes, professor e pesquisador do Programa de História da Ciência, das Técnicas e da Epistemologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ex-presidente da Funai, e autor de vários livros sobre a temática indígena. Mercio Gomes fez uma introdução sobre a História do Brasil e a colonização, bem como a participação do índio e do escravo negro nesse processo.
A mão de obra indígena era alienada das sociedades tribais pela força militar realizada por expedições de guerra contra índios considerados inimigos da fé cristã, ou pelas chamadas tropas de resgate. Os índios eram subjugados e reduzidos à condição de escravidão ou de uma espécie de servidão involuntária. O recrutamento desta mão de obra resultou na incorporação de uma população que, ao perder seus meios culturais de reprodução, foi forçosamente se assimilando à incipiente sociedade colonial.
Após essa introdução, Gomes nos falou especificamente sobre a saga dos índios Tenetehara, povo contatado pela primeira vez em 1610 pelos franceses, na ilha de São Luis do Maranhão. Hoje, há cerca de 20 mil índios dessa etnia. Em alguns municípios brasileiros, há uma quantidade tão expressiva de índios, que o povo pode até mesmo ter representação política na Câmara dos Vereadores e na Prefeitura. Há uma variedade de povos indígenas muito grande.
Depois dessa apresentação, Gomes falou um pouco da formação da mitologia indígena, na figura do mito Maíra, o herói civilizador, mito tradicional dos povos que falam a língua tupi-guarani. Um ser superior, que não possui propriamente uma identidade permanente, já que ele pode ser homem ou animal. Maíra é o herói que inventou o mundo; esse mito dá conta de explicar a maior indagação do ser humano: De onde viemos?