Nosso encontro de hoje, foi marcado pela brilhante presença e atuação do professor Charles Feitosa que fez abordagens a respeito de sua pesquisa sobre a feiura, lançando a seguinte pergunta: POR QUE TEM GENTE QUE GOSTA DO FEIO E HÁ QUEM NÃO GOSTE?
Iniciou sua fala, baseando-se no seu livro: “Explicando Filosofia com Arte” e mostrou seu próprio entendimento sobre Filosofia explicitando seus conceitos. Segundo ele, a Filosofia está presente no cotidiano de cada um de nós, contrariando a ideia de que ela se restringe apenas aos homens, brancos e cristãos, lembrando que antes, a Filosofia era uma área desprezada e hoje é aceita socialmente.
Arte e Filosofia têm em comum dois paradoxos: são inúteis (não útil no sentido pragmático) e muito importantes. A arte engajada não derruba muros e a arte despretensiosa, surte efeitos. A Filosofia não produz resultado imediato como a ciência.
Para ele, apresentar questões, fazer perguntas, além de não trazer soluções é inútil e perturbador.
A Filosofia costuma perguntar: Qual é a verdade da Arte? A Arte pode trazer conhecimento? Qual é a possibilidade da Arte dizer a verdade?
Como reflexão ele nos apresentou a definição de filósofo: “É aquele que sabe que não sabe e por isso se nomeia: aquele que quer saber.” Mostrando à plateia a importância de admitir que não sabe, lembrando a todos a célebre afirmação de Sócrates: “Só sei que nada sei.”
Seguiu o professor apresentando como a Filosofia pensa a Arte e os conceitos diferenciados de Platão e Aristóteles acerca do tema.
Platão, em sua visão tradicional, afirma que a Arte é perigosa, desperta sentimentos. Evitar a arte é evitar pensar. A arte é a imitação do real e o que achamos que é real é a cópia da verdadeira ideia que existe no pensamento. Não há cidade perfeita e justa, afastando o artista das imagens e das ideias que geram sentimentos.
Aristóteles afirmava que a Arte é imitação, mas imita, não é cópia da cópia. Tudo o que se aprende é pela imitação. Se Arte é imitação, então Arte é conhecimento. Para Aristóteles, o sentimento só é ruim quando há exagero e não há limite.
A Arte atinge o clímax, sua função, quando provoca catarse, quando as pessoas são tomadas por um sentimento intenso, seja de dor ou de prazer exacerbado. Este sentimento fortalece e proporciona o equilíbrio.
O professor citou ainda a visão Marxista de que a Filosofia deveria mudar o mundo, fez referência ao primeiro filósofo da História, Tales de Mileto e contou a primeira piada sobre Filosofia que tem o seguinte desfecho; “Isso é que dá pensar demais.” Falou também sobre a admiração que tem pela filosofia bem humorada e reflexiva das tirinhas da Mafalda ilustrando com um conceito: “COMO SEMPRE O URGENTE NÃO DEIXA TEMPO PARA O IMPORTANTE” estabelecendo a relação entre urgência e importância.
Refletimos sobre a importância do giro de 360º que nos direciona e nos aponta como produtores da História e como pensar Filosofia com atitude conjugada com a Arte e não através da Arte.
O professor precisaria de mais tempo para aprofundar estes conceitos. Nosso encontro encantou a todos, gerando uma grande vontade de continuar a conversa.
Por: Wanda Lúcia Batista
(Bolsista PIBEX – UFRJ – CCS/Faculdade de Medicina – T.O.)