Nessa terça 07/04/2015 a aula será no Auditório G-2 da Faculdade de Letras/UFRJ.
Sobre a aula: trata-se de desenhar duas posições antagônicas ou modos de ler o campo cultural/literário atual. De um lado, a que se alinha em torno da noção margem e marginalidade, que propõe um novo paradigma cultural e literário, reivindicando o lugar de falas veiculadas por sujeitos territorializados, que falam a partir de uma experiência de marginalização social, em textos que apresentam afinidades com os movimentos sociais, e com a forma do testemunho. De outro, a posição que reivindica um valor intrínseco, autônomo, estético, das grandes obras que poderiam ser organizadas em um cânone (modelo ou regra), supostamente universal, que teria a função, atualmente em risco, de estabelecer modelos permanentes de alta cultura e literatura. Ambas as posições partem de uma definição de valor ou juízo cultural e/ou literário, própria, e oposta: no caso dos “canonistas” o valor estético é intrínseco à experiência com as obras, e no dos defensores da “marginalidade” o valor é externo e existencial. O debate em torno do cânone surgiu nos anos 1990 com força polêmica no livro O Cânone ocidental, do professor Harold Bloom, de literatura inglesa da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Por outro lado, o lançamento da coletânea coletiva Modos da margem (no prelo), apresenta uma resposta da crítica universitária brasileira ao surgimento de novas enunciações vinda dos territórios marginalizados da sociedade brasileira: periferias, favelas, comunidades.
Leitura principal:
1) Introdução Modos da margem
2) Idelber Avelar – Cânone literário e valor estético
3) Resenha de O Cânone Ocidental de Harold Bloom de Sandra Erickson.
Leitura suplementar:
4) Primeiros capítulos de O cânone ocidental de Harold Bloom.
5) Introdução de Altas Literaturas de Leyla Perrone-Moisés.