Quebradas na UFRJ e a Pedagoginga

A aula desta semana foi realizada na Faculdade de Letras na Ilha do Fundão e fez parte de um momento especial para as Quebradas, em que os quebradeiros puderam conhecer a casa. (lembrando que os alunos possuem acesso a biblioteca da Faculdade de Letras e a Cursos de línguas oferecidos na unidade.)

Além das atividades do projeto Quebradas Conta Boal, os alunos assistiram a mesa redonda: “Relações entre teatro, política e sociedade” que integrou a programação do I Encontro Latino Americano de Teatro, seguido pela aula de Allan da Rosa.

Allan da Rosa é formado pela Faculdade de Geografia da USP e atua como educador, poeta, escritor, dramaturgo e editor, além de possuir uma importante trajetória no sarau paulistano Cooperifa. Na aula desta terça ele falou um pouco sobre o seu projeto Pedagoginga.

O Pedagoginga é um projeto que acontece na periferias da cidade de São Paulo, que faz as pessoas atravessarem a cidade para fazer as aulas nos sábados á tarde. Nas regiões mais distantes, em espaços alternativos, cursos que envolvem de alguma forma a cultura africana são ministrados para comunidade. As aulas se dividem em uma parte teórica e outra prática trabalhando questões sobre a trajetória do conhecimento e dos conceitos de matriz africana. O objetivo é disseminar a cultua negra e mobilizar pessoas a partir de currículos rizomáticos, que envolvem temas como futebol, geografia e arte.

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São alguns dos temas curso: o corpo como pensamento e transmissão de saber, mitologia africana relacionada à geologia, samba, ritmo e matemática. Os cursos oferecem abordagens estéticas e antropológicas que promovem a relação entre corpo, espaço, história e identidade visando à produção e troca de conhecimentos.

O projeto pedagoginga quebra barreiras em relação aos métodos tradicionais de ensino e leva o conhecimento de uma forma mais próxima a realidade do indivíduo dialogando com o seu cotidiano e com a sua ancestralidade.

Allan da Rosa mostrou que conhece muito da cultura africana, falou das kapulanas, da cultura Ashanti, dos Adinkra (linguagem simbólica), do grupo de teatro Elinga de Angola e do TEN.  Foi claro quando afirmou que a cultura é apenas vitrine, que é preciso caminhar para além das artes e mergulhar na educação.

Em sua palestra, Allan da Rosa sugeriu o filme As estátuas também morrem do diretor francês Alain Resnais:
http://vimeo.com/5551674

Entrevista com Alan da Rosa para a Revista Raiz
http://revistaraiz.uol.com.br/politicas/cooperifa.html
http://www.edicoestoro.net

Priscila Medeiros – Bolsista PIBEX PACC\UFRJ
Imagem: Beá Meira

 

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