Na última terça-feira, patrocinador e patrocinado estiveram juntos: Eliane Costa, da Petrobras, e Anderson Carvalho França de Araújo (Dinho), da agência publicitária de periferia Dharma, ‘soltaram o verbo’ e explicaram como funciona a aprovação de um projeto sob dois diferentes olhares.
Além de comentar a maneira pela qual a Petrobras patrocina os projetos, Eliane ainda comentou sobre o avanço da cultura digital no Brasil.
A partir do Ministério de Gilberto Gil, a concepção de cultura em nosso país mudou. A cultura branca / católica deixou de ser a única levada em consideração e o Governo, então, passou a trabalhar com ela de maneira mais ampla, incluindo culturas como a indígena, afro-brasileira, cigana, idosa, etc., além de utilizar diferentes linguagens. O Ministério ainda reconheceu a importância da cultura digital, enquanto difusora ilimitada de novas formas, discursos e pontos de vista.
Com a cultura digital, o computador passa a ser um ponto de partida, e não mais de chegada. Não há mais limitações para o acesso ao conhecimento e estar excluído da internet significa estar excluído de tudo, já que a internet engloba tudo. Costa enumera três tipos de exclusão digital: política (censura, restrições de acesso), cultural (falta de conhecimento sobre como usar as ferramentas para acesso ao digital), e social (não ter recursos para comprar a aparelhagem).
Segundo ela, a Petrobras age em projetos de políticas públicas, buscando sempre formar pessoas para criar novos conhecimentos. Ela assume um papel social. Nem todas as empresas agem dessa forma. Algumas procuram aparecer por meio de um viés de mercado e por isso patrocinam eventos de grande visibilidade, como o Rock in Rio. Cada uma tem um jeito diferente de lidar com a cultura e isso não quer dizer que uma seja melhor do que a outra. “De qualquer forma, o projeto a ser aprovado para patrocínio deve compartilhar dos valores da empresa, pois vai estampar a marca da mesma”, afirmou Costa.
Em continuidade à aula de Eliane Costa, Dinho explicou detalhadamente todas as etapas para se fazer um projeto de sucesso, desde a concepção do mesmo até a sua implantação e manutenção. O convidado apresentou as formas conhecimento dividindo-as entre formais e informais e, dentro desse universo, foram apresentados os seguintes conceitos: nicho, método, meio, talento, criação, planejamento, viabilidade, enquadramento, acompanhamento, formalização e normatização.
De acordo com o palestrante, ao apresentar um projeto a uma empresa, é necessário responder às seguintes questões, as quais compõem o ‘sumário executivo’: o quê (propósito, plano), onde (atividade, público, mercado), como (utilização do dinheiro), quanto (dinheiro necessário, retorno do investimento) e quando (data de criação, de término). Ele conclui apontando para as redes sociais enquanto importantes ferramentas para a visibilidade de um projeto: “rede social não é brinquedo. Brincamos com o Orkut por muito tempo, mas Orkut é passado”, disse.
Texto: Cibele Reschke de Borba, bolsista PIBEX 2011
Foto: “Papers and more papers”por zone41 – CC BY-ND 2.0