Domingo 11 de novembro, enquanto o Rio festejava a vitória do Fluminense, os Quebradeiros estiveram no Teatro Municipal Carlos Gomes. A convite do Festival Panorama, assistimos “Atlas”, dos artistas portugueses Ana Borralho e João Galante. Ao longo da peça, os Quebradeiros se viram representados em cena, alguns se incomodaram com a insistência e a repetição da propostas e outros tiveram desejo de se levantar da cadeira para integrar o elenco, neste caso, muito semelhante à plateia.
Nesta peça/manifesto/farra, uma mulher vem à frente e diz: “Se uma transexual, apresentadora do programa ‘Sexo e Amor’ que já foi prostituta, camelô, cabeleireira, atriz de filme pornô e que daqui a uma semana vai estrear Tchekov no Teatro do Leblon incomoda muita gente…” e o coro responde “57 transexuais, apresentadoras do programa ‘Sexo e Amor’ que já foram prostitutas, camelôs, cabeleireiras, atrizes de filme pornô e que daqui a uma semana vão estrear Tchekov no Teatro do Leblon incomodam muito mais.”
“Atlas” acontece de forma singular em cada lugar do mundo, já que traz a voz de moradores das cidades onde é recriado. Partindo da conhecida brincadeira que insiste que se um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais, esta performance que reúne 100 voluntários de diferentes profissões e idades – no Rio a participante mais velha tinha 91 anos – lembra, por onde passa, que “um e um é sempre mais que dois”. Coisa que Quebradeiro já sabe, mas que é sempre bom reafirmar!
Por Silvia Soter Coordenadora pedagógica da Universidade das Quebradas