Foto: Facebook da Universidade das Quebradas
O Território das Quebradas é a atividade mais importante do programa que o Projeto desenvolve. Se pretendemos a troca e a articulação entre saberes acadêmicos, vernaculares e ancestrais, o Território é o momento onde isto se expressa e se aprofunda. É também o momento quando o conhecimento e a produção cultural das periferias abre um espaço de protagonismo e reconhecimento acadêmico.
Assim, o Território das Quebradas atualiza o conceito teórico central do Projeto que é a ecologia de saberes, trazendo à tona saberes tradicionalmente silenciados pelo paradigma etnocêntrico das ciências sociais e exatas, base do conhecimento ocidental moderno. O formato do Território é a exposição dos processos e metodologias de produção de conhecimento vernacular, discussão de projetos, brainstorm de ideias, dinâmicas e intervenções artísticas atravessadas pela realidade periférica. Os debates e os confrontos que estas exposições provocam tornam-se a matéria prima dos trabalhos e resultados obtidos pelo Projeto. O Território das Quebradas , da perspectiva das tecnologias sociais, é o ponto nevrálgico de nossa metodologia, é a mais importante atividade geradora de impacto social do Projeto Universidade das Quebradas.
Sob essa ótica, o evento em seus dois dias de duração reuniu quebradeiros em diversas apresentações, com vídeos, filmes e conversas temáticas. Os Territórios presentes foram: “expressões negras”, abordando a cultura afro-brasileira, o “reggae de Fortaleza” e produção cultural. “Mulheres do Nordeste” foi responsável por dar ênfase à temáticas como etnografia e arte brasileira, contando a história de Silvana Mendes e Madalena dos Santos Reinbolt, importantes artistas do cenário nordestino.
A conversa foi acompanhada de uma oficina de foto colagem com fotos de quebradeiros e convidados para o evento. A última palestra teve como tema proposto “Puxada de Rede”, destacando a importância das redes de contato construídas por mulheres negras como apoio e aquilombamento fortalecendo projetos, construção e perpetuação da atividade artística e profissional. A temática foi guiada por diversas atividades como: vídeos sobre a exposição “Um Defeito de Cor”, do Museu de Arte do Rio (M.A.R), apresentação do projeto “Mães da Maré”, arte digital e em grafite, além da exibição do filme “Superpipa”, do cineasta Jeã Santos.