UQ verão – Encerramento

No último encontro da UQ de verão, Rute Casoy relembrou alguns pontos colocados pela Monique Andries no dia 29 de janeiro. Acompanhem a seguir este resumo:

Existem dois tipos de projeto; o de fomento e o de pesquisa.
Os projetos devem ter um bom objeto, é muito importante delimitar o tema.
O Projeto deve ser permeado por condições objetivas.
Deve ter possibilidades reais.
Deve ser motivador, isto é, estipular desafios que alimentam o tema.
Mas principalmente, o projeto deve ser relevante.

 

Monique Andries

 

Na Introdução deve-se colocar o problema, o tema do projeto.
A introdução ou histórico pode ser na primeira pessoa.

Na Justificativa o texto deve “vender o peixe”. É preciso ter boas justificativas, ou seja, vários níveis de relevância:

– Relevância pessoal.

– Relevância social.
– Relevância acadêmica.
– Ineditismo
– Possibilidade de dar continuidade.
Verifique se o seu projeto responde aos diversos níveis de relevância, respondendo às seguintes questões:
– Qual a relevância do seu projeto?
– Convença que o seu projeto é importante e porquê!
– Saiba vender o seu peixe para um grupo que não olha do mesmo lugar que você.
– Cuidado com as demandas externas.

Sobre a linguagem, Monique explicou que o mito da neutralidade científica foi questionado a partir dos anos 70, como uma reação das ciências humanas para as ciências duras. A partir deste questionamento passou a ser permitido, em projetos de pesquisa acadêmica, escrever na primeira pessoa e se colocar pessoalmente sem perder o teor científico.

Ainda sobre a linguagem Monique advertiu; cuidado com  gírias, particularismos e clichês.

Se há dificuldade em formular objetivos é porquê as ideias ainda precisam ser maturadas. Questione-se: Onde você quer chegar?

É preciso ter um grande objetivo geral e depois chegar nos específicos, ir dissecando do projeto.

O objetivo de um projeto pode abrir caminhos para outros projetos.

É importante reconhecer o limite daquela investigação e guardar a relação do objetivo com a relevância.

Para os projetos de pesquisa acadêmica, o referencial teórico pode estar embutido na justificativa.

Os autores, que serão estudados, devem ajudar a atingir o objetivo

É importante ser bem afinado. Dominar os conceitos, as concepções a respeito do objeto que será estudado. É fundamental ser atualizado, citar artigos recentes, relatos de pesquisa e leituras clássicas no assunto.

Sobre a metodologia, em um projeto de pesquisa acadêmica, é preciso avaliar o potencial de realização da pesquisa.

É importante esmiuçar a relação do projeto proposto com o referencial teórico.

A metodologia precisa ter uma relação com o cronograma.

Na metodologia é preciso mostrar o como é que se vai fazer

Nos projetos de fomento a metodologia de realização deve mostrar como será realizada a proposta. O cronograma é mais flexível.

No orçamento deve-se ter cuidado com a relação do orçamento com o resto do projeto.

Com passagens aéreas e outras situações de gastos inesperados.

É preciso ser razoável e cuidado com prestação de contas!

É importante fazer movimentos de ida e volta nos projetos: objetivos, cronograma, metodologia, orçamento.

Ler as regras do edital, estudar e ler várias vezes!

 

Após a colocação da professora Monique no dia 29 de janeiro, no entanto, a quebradeira Marilene Gonçalves comentou que, mesmo observando todos estes critérios na elaboração de um projeto, as chances de projetos, vindos de pessoas pouco conhecidas e da periferia, serem escolhidos em um edital são muito pequenas.

A partir desta observação foram discutidos algumas formas de financiamento alternativos de projetos. Entre outras propostas, pensou-se em constituir uma incubadora de projetos na Universidade das Quebradas. A ideia seria constituir um grupo de profissionais que pudessem acompanhar o desenvolvimento de projetos dos quebradeiros e com isso conferir aos melhores projetos um espécie de selo, um certificado de qualidade UQ, que pudesse agregar valor ao projeto.

No último encontro da UQ de verão, Beá Meira e Rute Casoy discutiram com um grupo de quebradeiros os benefícios concretos que uma incubadora poderia trazer para a UQ.

Seria preciso ter uma equipe com dedicação a estes projetos. Pensou-se no Cassiano como um consultor de orçamento e na Sandra Portugal ou José Henrique para consultoria de texto. Entretanto não se sabe como colocar esta proposta em prática. Como pagar os profissionais envolvidos? Onde e quando funcionaria este serviço?

Surgiu também uma proposta de um banco de projetos já executados, ou não aprovados que pudessem ser consultados pelos quebradeiros.

Beá Meira colocou que, para obter um certificado UQ os projetos teriam que ter relevância social e artística comprovada e por isso seria necessário realizar uma seleção.

Foi feito um levantamento dos projetos dos quebradeiros presentes, para que pudéssemos pensar nesta relevância em conjunto.

Beá apresentou o site especializado em crowdfunding; o Catarse, explicando como funciona este tipo de financiamento colaborativo. Falou de algumas vantagens deste tipo de ação, como aproximar-se do público que vai se beneficiar do projeto ainda em fase de captação. Catarse é uma maneira de você se aproximar das pessoas que gostam de seu trabalho e expandir esta rede através do compartilhamento em redes sociais. O Catarse cobra 13% do valor total do financiamento.

 

Para saber mais sobre Catarse, visite: http://catarse.me/en
Veja também o site do Benfeitoria, que não cobra pela administração do financiamento colaborativo.

 

 

 

Por Beá Meira e Rute Casoy