“Nunca fui ingênuo apreciador da tecnologia: não a divinizo, de um lado, nem a demonizo, de outro. Por isso mesmo sempre estive em paz para lidar com ela. Não tenho dúvida nenhuma do enorme potencial e estímulos e desafios a curiosidade que a tecnologia põe a serviço das crianças e dos adolescentes das classes sociais chamadas favorecidas. Não foi por outra razão que, quando secretário de educação da cidade de São Paulo, fiz chegar a rede das escolas municipais o computador.” (2.9 – Ensinar Exige Curiosidade. Um pouco mais sobre a curiosidade)
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA DE PAULO FREIRE
No texto de introdução do livro Jornalismo Cultural – Apontamentos, Resenhas e Críticas sobre Artes Plásticas (Pantemporaneo, 2010), o jornalista e crítico de arte Jorge Anthonio e Silva esclarece que, em princípio, falar em “cultura” ou “cultural” seria referir-se aos feitos do homem no exercício de sua existência. É o que ele descobre, cultiva, difunde, passa de geração para geração, oralmente, por meio dos livros, do rádio, televisão, internet, satélites, teatro, música. “[…] é o resultado conjuntivo de observações da natureza (…), um fato social em constante mutação […]”, define.
COMUNICAÇAO AFETIVA
A Arte da Guerra
I Avaliação
Sun Tzu disse: Todo o guerreiro se baseia na simulação.
ALTERIDADE
A principal tarefa nossa, como comunicadores, é construir a ponte até o outro, portanto estabelecer alteridades.
Temos que nos colocar no lugar do outro, mas sem perder a nossa própria referência. O que se diz é que comunicação é troca de informação, e o meu trabalho vem se caracterizando, nos últimos anos, como uma tentativa de questionar esse conceito acadêmico.
A interdisciplinaridade nos leva à convicção de que não me comunico se não me coloco no lugar do outro.
Se não sou seduzido pelo meu interlocutor, o que vou dizer a ele?
É essa a tarefa do comunicador.
CRISE DA VISIBILIDADE
Os veículos de comunicação vivem hoje uma profunda crise, porque eles se colocaram numa posição autoritária de distribuidores do saber, do conhecimento, da informação, da novidade. Essa crise foi denominada pelo sociólogo alemão Dietmar Kamper como crise da visibilidade, que não se refere apenas ao visual, mas também enxergar com a alma. As áreas acadêmicas da comunicação, todas elas regulamentadas por órgãos governamentais, exerceram, nos últimos dez anos, um papel completamente nefasto, exigindo disciplinaridade para essa ciência, enquanto ela e o seu objeto pedem multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, no sentido que Edgar Morin [filósofo e sociólogo] defende, de olhar diverso, distinto, múltiplo e não de olhar regulamentador, normativo.
Então, a mídia está muito doente, dentro do seu papel autoritário de distribuidora de padrões de comportamento e que se acha na capacidade de julgar o que as pessoas querem. Nós – que trabalhamos com uma liberdade muito maior do que aqueles que estão nas empresas pautadas por esse autoritarismo, que eles chamam de demanda de mercado – temos a liberdade de dizer não. Isso não é demanda de ninguém, é do mercado, que é uma ficção, é uma invenção autoritária.
CRISE CIVILIZATÓRIA
Vivemos de novo, numa era de visão privilegiada, só que em espaços circunscritos, fechados e civilizados, logo, domesticados culturalmente. Estamos cercados de imagens. Kamper também fala sobre a crise civilizatória, que nos transformou em imagens e, portanto, nos transformou em retratos superficiais de vida. Segundo ele, passamos a ser um jogo de superficialidade, e contra isso só há um remédio: o pensar com o corpo. Esse pensar corporal significa resgatar os outros sentidos, não apenas o da visão. Se a imagem é a presença de uma ausência, então o corpo não pode ser uma imagem, ele não pode se resumir a uma ausência.
Minha pesquisa se volta muito para a interação entre as pessoas e as imagens.
TECNOLOGIA
Há dez anos, o brasileiro gastava em média muito mais tempo em frente à televisão do que atualmente. Eram em torno de quatro horas por dia, em média. É uma eternidade, é um crime na verdade, porque o nosso tempo de vida é um bem não renovável. Devemos pensar o que a televisão, ou hoje, a internet, nos oferece. O que está sendo oferecido através destes meios em troca da nossa vida? É uma vida em imagem, uma vida em ausência e superficialidades. A nossa relação com isso deve ser regida por aquilo que o poeta romântico alemão Novalis dizia: “Eu só vejo a imagem quando ela já me viu”.
CARTA DE UMA CEREJEIRA AMARELA EM FLOR
No outono e 2001, Naomi Kawase recebeu um telefonema de Nishii Kazuo, um crítico de fotografia: “Eu tenho menos de 2 meses e vida. Você me filmaria até meu último suspiro? Conto com você, Kawase”.
por Tetsuo Takita