Dois poemas da Ana Cê

As crianças do Tio João

Cambalhotas, rodopios, trapézio
Pirâmide de alegria
Gritos, gargalhadas
Pulsa sentimentos
Palmas pra estimular
O corpo em mola
A bagunça ajeitada
A palavra fina
Vozes da molecada
Pulos e saltos a todo tempo
Trampolim, perna de pau
No ritmo do Semba
Muito movimento
As crianças do tio João
São lindos de ver
É energia que renova
Encanta e enche de paz o coração
Vai lá gurizada
Mostra a cara,
Diz pra todo mundo: É essa parada!

 

1240659_10151873463583584_99270412_nCalunga, preta pau

Preta, preta, preta
Preta por fora
E por dentro de pau
Ou será de jornal?
Cada qual é cada qual
Não há nenhuma igual

Pode ser enfeite
Pode ser um patuá
Pode estar contigo (com a gente)
E também presentear

Ela tem história, mistério e devoção
Ela é até personagem da cultura popular
No Maracatu ela é de tradição
Mas cá pra nós
Ela pode ser diferente
Podemos recriar sua história
Tirar de dentro da mente

Será que tem rosto?
Pode não ter…
Essa é uma descoberta
Que você pode fazer
Faça se quiser
Se der vontade
O importante é saber
Que ela tem identidade

Quando olha já se vê
Tem muita personalidade
Seus traços e suas expressões
São que trazem esse sentido
Pedaços de pano que vem por cima
São pra dar o colorido.

Ana Cê é quebradeira da 3a edição da UQ