Os astros ainda dançam e contemplo a formosa lua,
encantadora lua ao léu não se governa…
a luz emana do seu rosto frio,
busca a beleza na beleza em desatino
Ando bêbada, perdida,
tem pena de mim
me tira dessa solidão
Sento sem vacilar e sinto algo na mão:
Uma chave.
Olha em volta e sem mais enfia no buraco;
Sente o ranger da chave antiga e não desiste: cliq rammm clique!
e ela cede…e atravessa o pequeno jardim
a porta cede e entro sem medo
muito pó, uma torneira com água enferrujada
com cheiro de ferro e pó molhado
me lavo e vou andando…
esqueço a torneira aberta e
encontro um quarto com uma cama de molas,
há uns panos pendurados
e agradeço…
deito e minha alma bate palmas.
Durmo um sono negro e sinto ressoar as folhas secas.
Acordo com sede e vejo a luz entrando…
Brilham cacos de espelho miúdos na parede
Pássaros passarinham pelo quintal,
Lavam minha alma
Estou só e sem desculpas,
É domingo!???
Rio, inverno de 2014