Universidade das Quebradas é tema de trabalho acadêmico

CULTURA(S) E ARTE(S): UM (NOVO) DEBATE SOBRE ESTÉTICA(S) é o primeiro trabalho acadêmico sobre as Quebradas que nos chega, defendido pelo historiador , ator e diretor Lucas Leal, – Mestrando no Programa de Pós-graduação em Educação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO – Graduado em Bacharelado em Artes Cênicas (Teoria do Teatro) na mesma Instituição de ensino.

O texto apresenta uma discussão sobre o conceito de estética ao articular o pensamento de Heloísa Buarque de Hollanda sobre estudos culturais e animação cultural. Analisa a passagem da cultura moderna para a cultura contemporânea e seus efeitos nas novas formas de acesso à cultura em que os excluídos (negros, mulheres e minorias), a periferia atravessa o compasso, toma a palavra, reconfigura a geografia da cidade e desviao percurso de nossa história. Desses transbordamentos surge a Universidade das Quebradas que tem como base o diálogo entre a academia e os artistas da periferia. Diálogo que se estabelece por uma leitura crítica sobre a produção de conhecimento, novas formas de acesso à cultura e o processo de transformação mútua a partir da reinvenção da nossa herança.

O autor analisa o conceito de cultura na contemporaneidade, ao trabalhar com a ideia do mundo“digital”, emergencia de localidades urbanas discriminadas historicamente.  Toma a Universidade das Quebradas como um campo que tensiona os padrões de cultura hegemônicos e a produção de novos sentidos do fazer artístico, efeitos de uma prática política.

Para operar essas questões, o autor coloca na mesma mesa Kant e Buarque de Hollanda  De que forma?

Ao cotejar a análise de Kant na terceira crítica sobre a faculdade de julgar, e tratar do belo, e na outra ponta, com Buarque de Hollanda opera com as intensidades, produção de sentidos, formas híbridas de articulações transversais entre disciplinas e cultura popular.

É um trabalho que abre às Quebradas e a Academia reflexões importantes sobre a produção de conhecimento no século XXI. A todos nós, manter o diálogo, é a parte que nos cabe, na construção de um espaço inventivo e transformador. É a academia compartilhando suas produções, e para que não tome a palavra, é preciso continuar em tensão com ela. O que acham?

Por Angela Carneiro coordenadora pedagógica da UQ